terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Acabada



O fato é que estou de quatro.
Totalmente afetada.
E se isso é pelo ato,
Me encontro desconcertada.
Fui fatiada, me vi mastigada.
Seus olhos me domaram.
Foi seu tato,
Que me fez subir no teto.
Em desconcerto.
Me embalando.
Movimentado.
Surrado.
Nitidamente perturbado.
O quadro pendurado.
E o cabelo emaranhado.
Segredos que não foram revelados.
Ficamos inacabados.
E pela janela o dia nublado.
Acusavam o mal tempo.
Ficamos em movimento.
As pernas encabuladas,
Do nosso quase caso.
E as costas na almofada.
Do nosso quase nada.
E os lábios em brasa.
Das coisas que nos foi dada.
Do mundo em que nós nos amamos.
E nos afetamos, e me deixou acabada.

A.F.

segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

O mundo parou



Seus lábios carregam o gosto do por vir.
Quero saber o que vem depois daquilo.
Você vem devagar, e segura minhas mãos.
Disse que não largaria por nada.
Você me mantêm aquecida.
Amo quando você me encara por alguns segundos.
Juro, o mundo para.
Parei de me perguntar, de buscar respostas.
Na sua testa está escrito as palavras.
No seu corpo está tudo aquilo que buscava.
E a sua alma, ah...
Carregamos alguns pedaços,
Logo viraram inteiros.
Somos um só, nos nossos laços.
E cada abraço que você me dá.
Juro, o mundo para.
E quando olho pra você, suspiro.
Só consigo, juro, suspirar.
Está bem na minha frente.
Toda aquela rima bonita.
Todo aquele poema.
A letra de forma e cursiva.
As entrelinhas que se envaidecem do oculto.
Esta você, segurando minhas mãos,
E prometendo com um beijo,
Jamais soltá-las.

A.F.

Da saudade, da saudade


As melhores músicas tocam lá fora.
Falando sobre alguém que foi embora.
Sobre a saudade que aperta.
Então, vamos logo admitir.
Sinto muito a sua ausência.
Depois de você não consigo mais assistir filme clichê.
Não sei mais o que fazer.
Estou perdida, literalmente.
Meus livros, os perdi.
As poesias são frias.
A água secou em mim.
Todas as canções sopram um recomeço.
Mas sei bem, não existe um para nós.
Nunca há de existir.
Fomos crianças, somos assim.
Deixarei que essas músicas falem por mim.
Não consigo mais.
É muito pouco, e eu preciso ainda dormir.
Em qualquer sonho, talvez, você volte.
E poderei quem sabe voltar a sorrir...

A.F.

Adeus 2014



Mais uma vez o mundo girou, e nessa volta me perdi e me achei. Pessoas que diziam ser para sempre, ficaram no quase. Pessoas que nunca pensei, são meu tudo. Coisas da vida. Mas estou aqui, mesmo depois de ir lá no fundo, uma mão me puxou e eu reagi. Venci esse mundo, mas ainda tenho muita coisa pra redimir. O bom é que o tempo não para, e as lembranças doces ficam. Em mim estará guardada todas as risadas desse ano finito. Nessa loucura encontrei mais loucos iguais a mim, e isso me fez lembrar de como tudo ainda é pouco perto do amor que Ele sente por mim. Apaguei coisas passadas, desenhei outras estradas. O mundo esta completando mais um ciclo, mas isso nunca será o fim. O gostoso da vida é poder vivê-la intensamente confiando que Ele chamou, e prontamente você lhe disse um sim. O resto é com Ele. Dou graças, pois não mereço. Fui amada, Ele pagou o preço. Mais um ano que termina, e com fé nEle será mais um ano de recomeços.
A.F.

sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Faixa do Djavan

Te devorei na primeira faixa do Djavan.
E se você demorasse, eu morreria.
O milagre de Deus, você em meus olhos.
Não pensei, apenas o vi.
Tudo fugiu de mim, tudo saiu do chão.
Não sei para onde fui, sei apenas que o mirei.
E não penso em mais nada, em mais nada.
Não quero outra vida, quero devorar-te.
Devorar cada beijo que seus lábios guardam.
E cada afago que seus dedos oferecem.
Tens sinais claros, e todos estão me convidando.
Convite dado ou não, quero mesmo você.
De mãos dadas no parque.
Ou em um dia frio.
Nós em qualquer lugar, ao som daquela canção.
Sei que o vi, e depois de ti não sei mais de nada.
E se você demorasse, eu morreria,
Mas nasceria para te amar de novo, e de novo e outra vez...

Gratidão

Mais um ano que passou.
Tenho tudo guardado.
Letras de canções românticas.
Papéis de cartas amassados.
Tudo que passou, ficou.
Em mim está tudo emoldurado.
Sua parede, sou.
Pendure nossos belos quadros.
A vida castigou nós dois.
Mas fomos salvos.
O amor nos salvou.
E tudo foi consumado.
Temos planos, temos luz.
Devemos tudo um ao outro.
Caminhando lado à lado.
Chega de olhar para trás.
O que ficou no passado, por Ele foi apagado.
Naquela cruz Ele nos dedicou,
Seu Filho tão amado.
Hoje podemos cantar e agradecer,
Por tudo termos alcançado.

A.F.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

E se...


Talvez escreva pra você, algo que não mais imaginasse lêr. Tenho medo, medo de não parar de pensar naquela noite, no dia que prometemos ser um só. Carrego no bolso a caneta que me deu, até que falha, mas ainda não morreu. Eu, sou toda errada,mas se não fosse isso não teria te visto e tudo isso seria nada. Ouvi o dia todo o filme que um dia assistimos. Dancei ao som de uma chuva que lembrou nossa viagem. Quer saber,tenho medo de não conseguir parar, ser condenada a vida toda vagar entre seus olhos e cegar os meus por te amar. Só talvez foi um dia ruim, uma confusão incomum. Talvez eu não te ame tanto assim,e você nunca de fato me amou em momento algum.
A.F

sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Luna


Ao som de uma batida romântica nossos corpos dançam. Em cada melodia o seus olhos caem nos meus, e eu penso "Oh meu Deus, como ele é lindo!", dou um sorriso tímido e volto a encarar o chão. Você convida minha mente à viajar, imaginado algum lugar onde poderíamos estar. Meu cabelo está preso, você passa os dedos em minha nuca. Aquele contato me deixa estasiada, você só me tocou ali. Coro ao imaginar os possíveis outros lugares onde você poderia me tocar. Com você é fácil sonhar acordada, e nem imaginar outra realidade. A música não para, estamos girando a quanto tempo? O tempo perdeu-se junto com meus botões. Você alisa meu rosto, me diz que tenho uns olhos de capitu. Que bela hora para me fazer apaixonar-se. Algumas gotículas de suor estão em sua testa, mas aquilo significava alguma coisa? Você não me amava. Você ainda mal me conhecia. Pensei em como era fácil se apaixonar por você, mas e se desapaixonar? Sorri ao perceber que você tinha percebido que estava viajando outra vez. Você parou de dançar, segurou meu queixo e disse que queria me levar para lua. Para lua? Sim, porque segundo você lá só existiria nós dois e as estrelas para contemplarmos. Mas que tipo de ideia era aquela? Que tipo de cara era esse? Suspirei. Disse que lá não poderíamos comer batata frita, e você abriu o tipo de sorriso que iluminava uma cidade inteira. Não sei como aconteceu, mas te puxei para perto, e você encontrou minha boca. Lá você me prendeu, e eu jurei que estávamos na bendita lua que você tanto falava.

A.F.

terça-feira, 26 de agosto de 2014

Cama


Nosso púpito sagrado.
Onde as línguas bailam.
Alcova melindrosa.
Esquizofrênicos desejos.
Três, vinte e cinco beijos.
Nuas, pele nua, nuca sua.
Muda, pelo suspirar descompassado.
Atrevidos, insanos e despidos.
Ouve-se sinos, passos ecoam no primeiro andar.
Altar de fantasias e sonhos.
O cabelo bagunçado.
Por sobre o corpo o calor emanado.
Os gemidos viram acordes, poesias.
O dia vira noite.
O amor vira rotina.
E é tão somente tua a vida minha.
A.F.

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Fluvial


Abriu os olhos, seu rosto ainda quente, o dele por cima de seu ombro. Feito um anjo, suspirou. Deixou que ele sonhasse, levantou-se. Na sala uma parte das roupas deles. Na mesa copos cheios de vinho quente, e os pratos intocáveis com pedaços de pizza. A preferida dela. Não era fome, pensou rapidamente. Era sede. A mais sedenta de todas. Sentou no sofá. Calçou a sandália que ele lhe dera. Voltou ao quarto, o acordou acariciando a orelha. Ele a fitou, a beijou, a puxou e a bebeu. Ela o brindou, em cada gole o saboreou. A cama de solteiro era tão feita para dois corpos, que logo eram um. Evaporavam. Mergulhados. Ambos molhados de suor, de qualquer coisa parecida. A parede azul, as persianas insanas. O sol os cortavam, em linhas amarelas e sombras negras. O vai e vem dos lencóis de cetim. Os cabelos negros que se misturavam nos dedos atiçados. Ele nadava em seus rios rasos cristalinos. De repente dilúvio, e tudo desabou. A ofegante onda de calmaria. Satisfação mútua. Ela o abraçou, ele a recebeu. E pelo modo que se olhavam sabiam que seriam assim por longos e felizes anos. Ele contemplava a estrela no olhar dela, ela sorria com toda aquela vida perfeita. Fora dali não significavam tanto para o mundo. Mas enquanto se mantinham juntos, cercados por paredes azuis e persianas eram o que mais importavam. Resolveram que não ligariam a tv. Ouvir o som do amor era bem melhor. Ela subiu na mesa do computador. Fez seu show. Ele sorriu encantado com aquela mulher. Ela brincou de fazer manha. E logo repetiram o tsunami inicial. Todos os dias. Todas as ondas que os sufocavam de gratidão fervorosa. Aquilo sim fazia jus ao sentimento aclamado em obras e diversas trovas. Amor. Nada menos que isso. E ela pensou que não existia alguém capaz de transbordar seu mais puro clamor. E ele só pedia para tê-la em sua vida para sempre. Ela simplesmente ficou.

A.F.

terça-feira, 29 de julho de 2014

Sinequanon


Sim, por todas as vezes que disse não.
Não, pelas mentiras que dizem sim.
O meu não que soou o seu sim.
Talvez quisesse me dizer não.
Não, de fato não dizes.
Queres que te diga?
Sim, tu dizes que será.
Mas o futuro não nem sim nos dá.
Que sejamos um por vir.
Sem sim, pelo não um talvez.
Quem me dera dizer-te um adeus.
Mas o não que se faz de sim volta outra vez.
E no fim, já não mais sei.

A.F.

segunda-feira, 28 de julho de 2014

Reles imortal

O poeta não passa de um bêbado. São goles amargos de solidão. A noite vira um papel, onde lá ele suspira meio sufocado, meio atordoado e muito apaixonado. Poeta malandro, que fala sobre o amor e teima em não amar. Sua cabeça gira, seu corpo estático e a mão por sobre o copo. Os murmúrios da noite, as pessoas vazias e o preço da porção de batata frita. Observa tudo, não se importa com nada. Poeta egoísta. Acende um cigarro, fuma seus versos e por último se desfaz em cinzas. Enganando-se nos decotes alheios, por ser fruto da humanidade imunda. Desejando a indomável musa, acorda na irracionalidade interior. Fala pouco, mas na poesia conversa horas a fio. Amigo inseparável do prazer. Inimigo daqueles que não sabem beber. Poeta bêbado de palavras flutuantes. No leito um corpo jovem, cabelos negros e lábios cruéis. No peito um turvo desejo de expor, mas não sai dos papéis. E mesmo que seu coração esteja sóbrio, mesmo que ele queira vivenciar, seu cérebro inútil o torna incapaz de realizar. Quisera ele usufruir do amor que tanto exalta, sentir o calor do corpo pequeno e moreno da mulher que amada, sorrir e chorar, recitar versos sem justificá-los em gramática. Reles imortal. Condenado a ser vendedor de ilusões e mendigar chances entre todas as chances. Não realizar o último desejo, o beijo da morte serena e aguardada. Poeta, um ser deliciosamente inconstante, e isso já não mais justifica nada.
A.F.

In felicidade



Descrever você em linhas.
Fazer do seu corpo a minha rima.
Cantar sua voz.
Decifrar seu olhar e me perder.
Encontrar-me inteiramente em você.
Em seu beijo me abrigar.
Hálito que calidamente me arrepiará.
Os pêlos que se atiçarão ao lhe sentir.
Compor uma canção ao te despir.
Com minhas mãos lhe enxergar.
Desfazer-me em seu corpo.
Entregar-me sem piedade.
Poesia esse amor que absorvo.
Sem que vejam, apontem e falem.
Nos pertencemos em milhares de milhares de anos.
Que no céu estava escrito.
Nós dois, um quê a mais.
Em letras cursivas e bonitas.
Por toda uma vida.
Abraçar-te e viajar.
Beijar-te e não querer mais voltar.
Desde quando se fez meu.
Não me vi sem seu calor.
Essa boca em tudo que é seu.
Alimenta, mastiga e engole o que vem do amor.

A.F.

Artista


Vou guiada pela sua mão.
Me desenhas e emoldura.
No meio sorriso uma pura verdade.
Transformou-me.
Em cada expressão minha.
Em cada gesto e olhar.
Levo um pouco de você em mim.
Depois que o vi.
Não saberia mais viver se não estivesse aqui.
Enquanto seu pincel me fascina.
Igualmente as cores dos seus olhos,
Meu sorriso que abriga esse amor.
O mais belo retrato da minha vida.
A obra-prima que sempre me encantou.
A.F.

O que de fato será?


Por onde ele anda?
Nos espinhos cortantes.
Nos morros não uivantes.
Nas rodas de amigos.
Nos lençóis de cetim.
Tragando ou marcando.
Matando ou hipnotizando.
Caçando ou se entregando.
O que será ou quem o terá.
Fará bem melhor que nós.
Ele rondeia e por vezes anseia,
Porém ele não espera e se vai...

A.F.

No olvides


Se por acaso esquecer-te dos motivos que nos fizeram chegar até aqui, ouça a minha canção. A letra fala de um cara que pensava que amava, que pensava que sabia alguma coisa sobre o amor. No refrão ele encontra uma garota convicta, igualmente a ele. Os dois por acaso conversaram, e por acaso sentiram que tudo tinha um verdadeiro motivo. A música embala o relacionamento dos jovens, e apesar de certos desentendimentos eles não desistiram. No final eles confirmam juntos que do amor nada se aprende, se vive. E viveram os dois na plenitude do amor, na nobreza do respeito e na tensão do primeiro beijo, pois o coração acelera e a mão esfria, como se fossem juvenis, eles se amam igualmente adolescentes imaturos. O amor nos torna eternos namorados, por isso me abrace e deixe-me cantar em seu ouvido a nossa história de amor. Deixe de lado o que não interessa para nós, e finalmente me envolva em seus braços, onde sinto-me feliz e amada como jamais fui.

A.F.

terça-feira, 10 de junho de 2014

Inspirado em Cotidiano


Aquela sensação leve, como se meus pés tocassem a areia da praia, é isso que delicio ao seu lado. Não sou obrigada a fazer nada, mas por você faço. Agora pouco você acordou, me puxou como um travesseiro, me apertou, mordeu levemente o lóbulo de minha orelha, me encarou e fui mais uma vez ao paraíso... Nós não pedimos nada, nós simplesmente vamos até o fim. Não exigimos nada, somos o melhor para o outro. Nossa conexão é o olhar mais sereno, o lábio umidecido pós-beijo, e aquelas conversas após o almoço. Sentar na varanda e ouvir os ruídos da cidade, ouvir você recitar um poema e depois me beijar com voracidade. Arrumar suas roupas, por saber que sozinho não consegue. Preparar sua comida, servir-me em seu prato. São esses detalhes diários que não vão deixar morrer o amor, pois faremos disso nosso renascer. Quero sua mulher ser, passe o tempo que passar, estarei acordando ao seu lado, sendo seu travesseiro confortável, sendo sua ao ir dormir, e ao se levantar.

A.F.

terça-feira, 3 de junho de 2014

理想


Estranho depositar toda minha fé em alguém. Encarar o mundo com a inocência do amor. Intimidar o inimigo oferecendo a mão. Abaixar a cabeça nas horas de erguer-se e sair. Essas contradições são de fato estranhas. Não me acostumei com o luar tão estonteante. Não acreditei quando ele chegou, pediu meu coração e... na verdade me roubou. São deles meus sonhos e desejos. É daquele homem a ternura maior. Sou diferente de ontem, sou ainda melhor. É notável minha mudança. Antes criança, hoje mulher. Serena, em paz com o calor dele, vivenciando a beleza de ser sua mulher. E os encontros e desencontros que a vida nos deu, foram pontes, desvios para que ele chegasse a ser meu. Não lamento mais o tempo, e as coisas que antes me faziam chorar. Agradeço a todo momento o dia em que pude aquela boca beijar. Saborear o hálito, cálido em meu interior. Bagunçar os cachos e poder chama-lo de meu amor. É, ainda acho estranho essa entrega sem igual, mas mais estranho seria se não amasse ainda mais todo dia o homem que para mim é o ideal.

A.F.

domingo, 1 de junho de 2014

Ele quer


Resolvi que não seria a última das muitas juras. Cá estou transbordando de amor, e esvaziarei somente com poesias. Não exijo simétricas, trocadilhos e rimas. Exijo o valor de um abraço e o sabor de um beijo. Não estou acostumada com essa infinita plenitude. Só que ela é grude, e estou fixada em você. Quando faz aquele beicinho, ou me olha de repente. Quando fica ainda me olhando e eu indagando: o que foi!? Quando você sempre responde perguntando. Ou quando você rir e me faz rir das coisas da vida. Vejo que estou envolvida. Por querer, sem querer, em querer. Estou e sou movida pelo prazer, o seu prazer. Estou absorvida e ando nas nuvens, pairando. Estou entregue. Estou amando. O amor que para muitos é apenas uma palavra, e para outros um sentimento. Esse amor que para mim é o seu sorriso. Para mim de fato o amor é você me olhando, acariciando minha nuca e me mordendo. Cada um define como quiser. E o amor para mim é você. E o melhor ainda fica por conta da sincronia. São dois corpos, são duas orações, mas somos um, com dois corações. E mesmo que alguma coisa aconteça, estarei aqui. Não sooa clichê. Romantismo barato nunca me convenceu. Não fuja, e se for fugir me leva. Qualquer passo que der, que seja em minha direção. Seja o que Deus quiser! E Ele quer.

A.F.

Ebulição


Se meus lábios fossem rios, eles estariam em correnteza de você. Com certeza de querer esses seus que sorriem quando me vem, até que límpidos rasam e arrasam meu coração. Se seus cadarços são detalhes ao chão, dão-se nós, que somos pós cósmicos desse mundo vão. Vem ser esse ponto de ebulição, que ao seu toque evaporei gradativamente. Se somos os amores que de antes não falávamos, um capítulo ainda rasurado desse livro pequeno e encapado. Segure as minhas mãos, entregue o rascunho e dê vida a sua obra que o tempo se desdobra e volátil vai embora. Não reconheceis meus beijos pelo ato, se prende na língua e no paladar. Sente que ainda são coisas futuras, e que de fato temos muito por que continuar.

A.F.

sábado, 31 de maio de 2014

Estória do amor


"Há muito tempo atrás uma garota vivia em um livro, sim, em um livro. Lá ela coloria a sua maneira, escrevia lindos poemas e desabafava em forma de canções. Certa vez ela levou uma cutucada (no bom sentido), e resolveu ver quem a havia cutucado. Era um jovem, que não sabendo direito chamou atenção da menina. Logo ela que estava tranquila em seu livro, resolveu ler algumas páginas do livro daquele jovem. Página vai, página vem, ela não sabia mais o caminho de volta. Ela não queria mais voltar. Era tão agradável a leitura daquele menino. Ele era interessantíssimo. Quando deu por si, a garota já estava escrevendo no livro alheio. Isso mesmo! O jovem deu algumas canetas, pincéis e disse: faça o que de melhor você sabe fazer. Aquela atitude jamais sumirá dos pensamentos da menina. Encantada ela escrevia para o jovem. Enamorada ela rimava e se divertia com ele. Os dois escrevem até hoje a mais linda história de amor. Ela domina as palavras e a sincronia delas. Ele a inspira, a direciona e cuida dela. São personagens principais de suas obras. São reais em seus corações." 

A.F. para M.S.

quarta-feira, 28 de maio de 2014

Mais uma de amor


Dos meus dias um pouco mais das suas palavras, um tanto a mais dos seus beijos e no mas, você por inteiro. Dos meus sonhos suas juras e o gosto pela vida. Viver e amar quem vive comigo. Você. Você que me veio, sorrateiro, na espreita. Feito um felino. Suas garras, seus olhos e dentes estão cravados em mim. Sou sua presa. Sua completamente. Somos dependentes. Seremos o pra sempre. Além do fim. O mundo que mal nos faz? Somos inacessíveis. Pertencemos a outra dimensão. Que digam! Que falem! O amor verdadeiro não morre pela boca. Vives de mim, que vivo de ti. São esses propósitos. Essas alianças que nos unem. Fisicamente, talvez. Espiritualmente dessa vez. Que se Ele permite, o que poderá nos impedir? Desde quando te olhei, te ouvi, te beijei e te senti. Era pra ser. Esta sendo, e será além do nosso sim...
A.F.

terça-feira, 20 de maio de 2014

Amar e amar


E nos meus sonhos você virou rotina. Sua imagem reflete meus desejos e pensamentos. Um dia inteiro ainda não é suficiente. Se te quero em tudo que faço, em tudo que sou. Se te quero ao meu lado, em dia de sol e debaixo da chuva. Nossos olhos conversam insanamente. Dois sóis. Somos um. Nossos lábios nesse sorrir. Tudo se ilumina quando você está aqui. Sei dos medos e das consequências. Nada supera esse intenso amar. Seu modo de me guiar. Seus gestos. Seu sussurrar. Banhei-me do seu suor. Somos o que viemos para ser. Um laço. Um nó. Somos o que o amor nos tornou. Um pelo outro. Dois em um só. 

A.F.

domingo, 11 de maio de 2014

Resultante


Ser suficiente ao seu lado.
Ser reconhecida.
Admirada.
Ser por ti amada.
Se sou feliz.
Se meu sorriso é largo.
Se hoje sou feita de laços.
Foi pelo calor de seus abraços.
O aconchego das suas asas.
Meu anjo.
Meu bem.
Sou o resultado do amor.
O amor que me envolveu.
Como uma menina inocente.
Um gosto doce nos lábios.
E o vestido amassado.
Feito uma mulher.
O batom borrado.
As mãos delicadas e a força nos punhos.
Deliciosamente recito em seu ouvido.
E vagarosamente você me beija.
São essas coisas.
Esses detalhes que iluminam.
Vem ser meu eterno clarão.
Reluzir em meu corpo seu calor.
Que de amor minha alma se entorpeceu.
Do seu amor.
Único capaz de me satisfazer.
Se sou o que sou, devo à você.
A minha redenção tem seu suspirar.
E o seu lindo olhar me faz acreditar.
O amor comove, envolve e não devolve.
Uma vez parte dessa nossa história.
Jamais serei o que antes era.
Meus dias são novos capítulos.
E você é meu livro que não canso de lêr.

A.F.



sexta-feira, 2 de maio de 2014

Feito estrelas


Meus lábios ressecados longe dos seus.
O corpo sente sua ausência.
Ele clama sua permanência.
Fica até o desejo sanar.
Mesmo que leve alguns anos.
Fica que eu preparo seu café.
Incluindo o seu cafuné.
Suas roupas já tem vaga nas gavetas.
Seu lado da cama ainda não esfriou.
Ainda toca sua música no disco vinil.
E a melodia é perfeita pra se amar.
Deixa essa burocracia pra depois.
Sente aqui e vamos nos olhar.
Lendo seus olhares me divirto.
Saboreio seu castanho.
Interpretando seu mirar.
Já que conhecemos nossos motins.
Já que somos cúmplices desse poema.
Você que escreveu os versos em mim.
Só não vá antes do sol.
E permaneça independente da lua.
Não existem rumores.
Desconheço os murmúrios.
São vozes e vozes não me mudam.
Muda, só quando você me beija.
Com aquele seu íntimo e particular.
Muda então, só que pra minha vida.
Fica e não deixa espaço.
Marca nesses abraços o seu lugar.
Que a noite esta apenas começando.
E o nosso amor é feito estrela à brilhar.

A.F.

terça-feira, 29 de abril de 2014

Sensibilité


Se você se inclinar.
Dobrar os joelhos.
Afastar a cadeira para meu conforto.
Levantar para eu passar.
Se você dizer alguns versos.
Ou se por acaso você cantar.
Só se vier do coração.
Só desse jeito.
Um novo romântico, um moderno.
Se vieres com rosas.
Ou se elogiar o meu aroma delas.
Se perceber como estou triste.
Sem ao menos lhe dizer.
Se essa sensibilidade for real.
Se aquecer minhas mãos nos dias frios.
E se de todas as opções você me escolher.
Não irá muito longe.
Não saberia viver sem seu calor.
Tão pouco sem sua atenção.
Se vier devagar, planejando.
Não pense que esqueço.
Ao contrário, te chamo.
E você atraído pelo sentimento.
Dirá "Ah como eu te amo! ".

A.f.


Perdidamente


Não vejo um rumo sem seus vestígios.
Os quais me conduzem para o bem querer.
Seus passos guiam os meus.
Só quero estar onde você ficar.
Meu tempo é inteiro de você.
Sou sua sombra, seu paladar.
Quero respirar o mesmo ar.
Beijar seus lábios virou vício.
E ficar longe já não consigo.
As poesias são meras insinuações.
Quem quiser saber eu conto.
Quem não quiser também saberá.
O que de fato se evidencia.
Não preciso espalhar.
Está em tudo que faço.
Nos meus movimentos sutis.
No sorriso acanhado.
E sobre as canções, são nossas.
É claro, estou perdida.
Perdidamente apaixonada.
E as flores sabiam, a lua e o sol.
A natureza mãe.
Fazemos parte desse ciclo.
Onde nos unir era a verdadeira condição.
E estou ciente dos perigos.
Ciente das desventuras.
Mas não importa o clima,
Pro amor não tem tempo ruim.
E como já sou muito sua, és inteiro por mim.

A.F.


domingo, 27 de abril de 2014

O amor existe amor

Quando ele os olhou, sentiu em seu âmago que de fato existia o amor. Não foi livro nenhum que lhe mostrou. Ele simplesmente viu um casal de idosos em uma mesa perto da sua em um restaurante qualquer do centro da cidade. Trocando beijos e olhares. Rindo e brindando aquela felicidade. Ele andava meio desacreditado, tropeçando em suas relações. Toda semana dormia com uma mulher diferente. Mas aquela cena, que foi vista de pertinho. Dali onde ele estava dava pra quase sentir o amor que um pelo outro sentiam. Seus olhos antes opacos, reluziram por tamanha beleza. Ele literalmente estava boquiaberto. Pensou em tanta coisa, em tantas moças e em tantas outras cenas de amor que cansou de assistir nas telas de fantasias, mas nada era equivalente. Teve vontade de ir lá indagar se eles eram recém-casados, pois nos dias de hoje não mais existia casais assim, tão apaixonados, tão iluminados. Olhando e refletindo sobre aquele momento ele se viu ferido, mas curado. O amor é um doce veneno que ele pensara ter provado, mas só depois de contemplar aqueles jovens - sim jovens - enamorados foi capaz de entender que nunca havia amado.  
A.F.

quarta-feira, 23 de abril de 2014

Sol


Sinto que sem ti sou insensível.
Gosto de ouvir o seu sussurrar.
Sonho em nós o infinito do amar.
Seus olhares que falam com os meus sorrisos.
Seus abraços que compreendem meu corpo.
Tu sabe, mais do que eu, o que preciso.
Tu faz melhor do que eu pensei que fosse.
Acima, ali por cima, deito sobre seu peito.
Da média, além da média você, suspeito.
Seus lábios brincam de me morder.
Os dedos que marcam, sabe bem o que.
Os meus dias escuros sem você.
Tornou-me um sol, cintilando o seu querer.

A.F.

domingo, 20 de abril de 2014

Sobre aqueles lá


Não iremos abandonar nossos sonhos.
Agarremos o manto cintilante na alvorada.
Que nosso rugido possa alcançar além das montanhas.
Que se faça presente toda sagacidade.
Que eles se curvem e observem,
Nosso triunfo reluzindo no horizonte.
Com essa espada e esse escudo.
Com a marca e com nosso sangue.
Poderemos gritar e nos ouvir entoar a canção da conquista.
Somos livres! Sim, somos donos de nós mesmos.
Intensa guerra interna.
Libertem-se enquanto existem motivos.
O amor por pouco não foi vendido.
Troca esse canal e assista o mundo real.
Nossos objetivos são nossos destinos.
Dentro de cada um existe um revolucionário.
Liberte o seu.
Represente a sua alma.
Denuncie o medo, a farsa e a hipocrisia.
Que hoje possamos ser exemplos.
Façamos parte de um novo capítulo.
Ergam suas rosas, seus livros e seus pincéis!
Louvando os deuses das letras.
O escritor é o rebelde dos milênios.
Sua artilharia pesada está em seus papéis.

A.F.

quarta-feira, 16 de abril de 2014

Sonhando


Segurou minhas mãos, me convidou para se deitar. Arrumou um lugar ao meu lado. Dois corpos que ocuparam o mesmo espaço. O corpo dele tão quente, ardendo de desejo. Meu corpo trêmulo, ansiando seus toques. Nada fez. Dormimos abraçados. Coisa de casal. Acordei cedo, levantei sem fazer barulho. Preparei nosso café. O acordei entre beijos, entregando meu corpo. Ele não sonhava, era real. A intenção da noite passada. Entreguei meus seios, meus cabelos, minhas pernas e mãos. Que ele fizesse de mim seu café da manhã. A cama era pequena pra tanto querer. Que ele fizesse de mim sua mulher. Na manhã sonolenta fizemos amor. As cortinas que permitiam a luz solar penetrar. As gaivotas que de longe gritavam. O som do mar, das ondas e das sereias. Os encantos daquele paraíso. Nos beijamos, nos vestimos e nos sentamos a mesa. Um olhar sereno, um amor intenso. Bom dia. Que dia! Nos pertencemos e não importava o momento. A timidez se transformara. As evidências eram claras, no seu colo era meu lugar. Com os lábios sujos de café, sussurei meu amor. Com os joelhos dobrados me fez um pedido. Dali pra frente passei a viver em um sonho. Até agora não acordei.

A.F.

quinta-feira, 10 de abril de 2014

Amor de Poesia



Olhos que devoram a carne.
Você insiste em demorar.
Siga seus instintos.
Deixa o desejo inspirar.
As roupas deslizam.
As canetas que vão nos rabiscar.
Poetas do prazer.
Escrevendo por seu peito.
Rasurando nas minhas coxas.
Envolventes rimas da luxúria.
A canção ecoa lentamente.
E sua língua encontra a minha.
Seus lábios sugam meus medos.
Entregue ao seu tremendo querer.
Lentidão que me atrai.
E vai... Você vai.
Vai ajustando meu corpo no seu.
Permitindo o êxtase da nossa literatura.
Que não é tortura.
Que as letras são curas.
E seus dedos são mágicos.
Nossos pecados expostos.
O passado excomungado.
E a única razão se faz absoluta.
Minhas unhas em seus braços.
Riscando em meus quadris seus rascunhos.
E o texto ainda está no começo.
A poesia não faz o poeta.
O poeta em nós, plantou poesia.
E a semente se faz crescente.
Libido sigiloso no âmago desse amor.
Prazer, escreve o que sente.
Sente em mim o que me escreve.
Deixa de lado a gramática insolente.
Engole esses goles de fulgor.
Que das palavras mais lindas.
Você me fez a intocável.
E os seus toques são meu céu.
Emoção indescritível.
São idas e subidas.
De costas e desce até meus seios.
Ali por tempos se debruça.
Clama as estrofes entoando,
Que os deuses não se perturbem
Mas toda fé do mundo está em mim.
E os gemidos na surdina.
Clamas por salvação.
Se das letras sou seu afago.
Das poesias és a minha inspiração.

A.F.

Estes


Insípido sabor das tuas pernas.
Incoerentes certezas daquelas vestes.
Tirastes sobre a mesa e me deste.
Despe o nu dos teus cabelos agrestes.
Mergulhada no cálido anseio.
Os corpos, teus e meus, difundidos.
As treze, vinte e trinta.
Os ponteiros insanos do inferno.
Brandos, acalanto, canto pra tu dormir.
Voltas e me revolta para não ir.
Ao puro ar que assombra meus pensamentos.
Estes todos teus, sabemos.
Destes os pedestais, os livros, e coisas más.
Canções que nelas cantastes o adeus.
Oh Deus! Ela é cigana, traiçoeira e divina.
Morri no dia que a vi.
Os ombros desnudos, os seios pequenos.
A espalda enlaçando meus devaneios.
Trouxestes os esmeros e os pecados.
Fizestes o que quero e negastes o meu passado.
Olho esmeraldado que me sorri.
No jogo do seu amor, meu rei perdeu.
Xeque-mate, em prol dela morri.
És rainha, e seu escravo sou eu.

A.F.


Dor, lo rosa


Rosa em seu leito.
Fronte leitosa.
Cheiro de morte.
És flor cheirosa.
Mata meus medos.
Planto essa prosa.
És meu deleito.
Dor, lo rosa.

A.F.

domingo, 6 de abril de 2014

Homenagem à José Haroldo - Nosso Eterno Guerreiro.


Ficará em nós uma saudade bonita.
Fostes e sempre será o nosso amigo.
O pai carinhoso, o filho amoroso.
O homem da justiça, de Deus e da vida.
Ficará em nós uma lembrança serena.
Daquele seu jeito tranquilo, paciente e único.
Das graças e das risadas.
Dos momentos felizes e marcantes.
Não mais questionaremos sua partida tão precoce.
Pois Deus tem seu plano, seu propósito.
Você, nosso amado Haroldo, cumpriu a sua missão.
Onde se ouvir seu nome, uma verdade se anunciará.
Que és o nosso herói, homem exemplar.
Do olhar cuidador, dos abraços tão ternos.
Estás junto ao Criador, e daí lhe pedimos:
Nos ajude a suportar essa ausência dolorida.
Bem sabemos que não lhe perdemos.
Um anjo hoje ganhamos.
Do sorriso quente, do coração gigante.
Das sábias palavras e infinita bondade.
Sabemos da dor, do imenso querer em por uma última vez lhe ouvir.
Do desejo de saber que poderemos ainda tocar e lhe sentir.
Mas Deus lhe ama tanto que lhe chamou.
E se Ele lhe quis ai é porque você já marcou.
Sua dignidade, seu caráter, sua postura.
Incontáveis qualidades, todas em um único ser.
Lhe amamos hoje e estaremos juntos até depois do fim.
No amor inexiste distância e tempo.
Ele se faz presente em qualquer momento.
Haroldo filho, irmão, pai, tio e amigo, o seu amor será eterno em cada um de nós.
Hoje podemos lamentar e chorar.
Nunca estamos prontos para a despedida.
Mas Deus vem nos consolar, e nos dizer
Que é um até mais, e repetimos:
"Até mais, nosso querido.
Dada a missão para o guerreiro,
Missão árdua, missão sofrida.
A missão foi lhe dada.
É como você sempre nos dizia,
MISSÃO DADA É MISSÃO CUMPRIDA!"

A.F.

sexta-feira, 21 de março de 2014

Sobre um tipo de medo



Nas cadeias de suas palavras estou presa.
Como odeio ser refém das suas juras.
Se estou lembrada, esqueci de voltar.
Sem esses ombros, pernas e braços,
Não existe uma história real.
Ao seu lado, aos seus passos.
Ao seu respirar, aos seus abraços.
No que se refere à você, fujo.
Escondo-me dentro dos versos.
Encarar que estou amando,
É o fim pra mim.
Quando me faz rir, quando me beija.
Quando fala sobre futuro, me enfeitiça.
Não é normal, mas nunca pensei que fosse.
Sobre você, prefiro ainda disfarçar.
São canções que não me arrisco cantar.
Amor que prefiro guardar.


A.F.

Os motivos


Ela amarra os cabelos.
A nuca nua me excita.
Ela prende de lado a blusa.
Em seu corpo ela se ajusta.
Ela me encara.
Meus olhos faíscam.
Ela é uma guerra que acalma.
Veste seu tênis e vai correr.
Desfila por onde pisa.
Embeleza meus dias.
Ela fala comigo.
Não entendo.
Ela repete calmamente.
Finjo não entender.
Ela se irrita fácil.
Só preciso ouvir aquela voz.
Só preciso deixar seus nervos explosivos.
Quero ser os motivos.
Que a emoção dela seja minha.
Que meu amor seja dela.
Ela deita ao meu lado.
Sonho acordado, observando-a.
Ela é linda, tão linda que não acredita.
Repito dia e noite.
Sussurro que a amo.
Ela beija meus lábios.
Não preciso mais de nada,
Se tenho ela ali e pra sempre comigo.

A.F.

sexta-feira, 14 de março de 2014

Exotérico



Não faz sentido, mas também não pedi juízo. Paciência é chegar atrasado, mas não perder a querência. Perdi alguma coisa, foram perdas banais. Algo que marca, sangra. Os lábios dele estão nus nos meus. Osculamos. São pensamentos invertidos. Lavei minhas mãos e queimei a língua. Façamos amor, filhos e canções. Sejamos sinceros e bandidos. De olhos fechados se pode ver. O desejo é a porta do inferno. Quero dizer, mas não posso. No precipício dos seus braços, morri. Socorro. Pedaços meus. Cinzas. Vaporosa sensação. Genuína saudade. Fez-se a oração. Amantes que não se beijam. Ao contrário, nos pertencemos. Mordo meus lábios. Escorre por entre os dedos. Made in veneno.

A.F.

quarta-feira, 12 de março de 2014

Exteriorizando o amor


Larguei suas mãos, e com os lábios ainda molhados te pedi pra sair. Você me encarou por exatos 5 segundos, pegou suas coisas e abriu a porta do quarto. Segurei uma lágrima, o coração desfarelado chorava. Voltou até mim, alisou meu rosto, imparcial. Beijou minha testa e disse adeus. Aquilo não. Aquilo já era tarde demais. O agarrei com as mãos, impedindo sua partida. Entre lágrimas e gemidos fizemos amor. Você me comia com a voracidade familiar, eu me deliciava com seu apetite infinito. Agimos como de costume. Depois, cochichou que me amava. Aquilo não. Aquilo já era tarde demais. O fitei calada. Os seios pra fora, seus dedos esmagava-os. Me concentrei na sua última palavra. Amor. O que era o amor? Olhei seus lábios roxos, suas costas arranhadas, e entendi. Amor é a mutilação, é a própria ruína. O que não se pode ver faz do amor um sentimento. De fora ele é vulgar. É inexplicável por dentro.

A.F.

domingo, 9 de março de 2014

Sobretudo



Aperfeiçoar ou empacotar?
Sobre sentimentos, melhor deixar.
Sobre argumentos, espalhar.
Alguém que entenda.
Que o convide para passear.
Um ser que mesmo com pressa,
Te espere.
Sente ao seu lado, beba um chá.
Mesmo com o pavor, respire contigo.
Sobre esses encontros e desencontros.
Melhor esperar.
Não se pode forçar, antecipar, extrapolar.
São águas que levam incertezas.
São flores que enfeitam vestidos.
Sobre o desconhecido.
Um pouco de coragem e envolvimento.
Pra se permitir.
Pro porvir, em algum momento vir.
Que se toquem os olhos, mesmo fechados.
Que se beijem os lábios, mesmo encobertos.
Seja por palavras, as mais belas delas.
Que são como beijos suaves.
Sobre o encantamento.
Toda poesia incapaz de se escrever.
Sentir, somente sentir.
Pro amor sair e se apaixonar.
E alguém não se ver mais sem ti.

A.F.

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Relíquias


De canto me olhas.
Olhares de encantos.
Arruma a gola.
Suspira e desdobra.
Mãos comportadas.
Batimentos descompassados.
Do ar um suspiro frio.
Nos lábios o beijo aprisionado.
Forjas as cores.
Retrata os sonhos amarelados.
O passar dos anos.
No seu sorriso ensanguentado.
Tumultos internos.
Exteriorizado.
No céu fez o inferno.
Seu futuro é o passado.

A.F.

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Tardes


Estou nos olhos dele.
Me vejo em seu salivar.
Somos carnes.
Somos almas.
Fomos artes.
Restou as metades.
Sinto ele lacrimejar.
Gotas de mar.
Oceano dos pesares.
Antes nunca.
Já vai tarde.

A.F.

domingo, 2 de fevereiro de 2014

Seu papel


Seus léxicos atraem.
E já sou pura poesia.
São de um ritmo e som.
Vão me perfurmando.
Transformando.
As letras bailam em minha curvatura.
Passas seus poemas na cintura.
Puxa meus lábios.
E arranca minhas estruturas.
É o poder dos seus feitos.
É a paixão transcrita.
Faz de mim sua rima.
Suas escrituras.
Nesse pedaço de céu.
Desenhe meu corpo; me descubra.
Sou a musa do seu papel.

A.F.

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Belle Epóque


Na sua pele tem meu nome.
Vestes minhas fantasias.
E sonhas com meus olhos de luar sem lua.
Nos seus cantos me encontro.
E participo das suas loucuras.
Vivencio suas tardes de melancolias.
Sua dama do penteado alto.
Com alguns fios pendendo no ombro nu.
O corpertte delineando o corpo esguio.
E a rosada feição de menina ingênua.
As barras do vestido lilás no gramado.
Você com seu casaco nos braços.
A manga enrolada, pelo calor.
Sentados no campo, observando.
Minhas risadas confundidas com as suas.
Nossos olhares de infinita plenitude.
Momento de um tempo que não mais se vê.
É o que chamamos de refúgio.
Escapismo desse invisível tocar de mãos.
Sentimentos de nuvens carregadas.
Se chover é paixão.
Mas vejo a tarde tão ensolarada.
E sobrevives do que restas.
Apenas a recoradação.
Dos sonhos daquelas épocas.

A.F.

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

n'est pas moi


Honestamente não sei onde ficar.
Acabei de ser expulsa de um coração.
Um abrigo qualquer é do que preciso.
Juro, não sou de incomodar.
Se tiver um espaço, me dá?
Não sou dessas de sair sem pagar.
Vou retribuir assim que sair dessa solidão.
Minha morada quentinha, pulsante.
Deixou-me sozinha, triste e angustiante.
Dificilmente mendigo abrigo.
Se antes o tinha comigo.
Mas são tempos amenos.
Hoje me serve apenas um afago.
Algo que me segure enquanto tento dormir.
Lá fora é muito frio e escuro.
Não posso e tão pouco consigo.
Esse negócio de estar sozinho.
Honestamente, não é comigo.


A.F.

Continuei


Vendi minhas bonecas.
Ou as perdi de propósito.
Uma ou outra.
Como tempos atrás, continuei.
Ou as escondi, afinal.
Não importa, mudei.
Tinha muito brilho,
Isso era demais enjoativo.
Nasci de novo, sou outra.
Uma nova personificação.
Aquela se foi. Partiu.
Rimando ou definitivamente não.


A.F.

Rebobinando


Outra vez um amargo na boca.
Vísceras amostras.
Insinuações desnecessárias.
Cheiro a solidão.
A ferida escorre.
O sangue está aberto.
De mim nada.
Do nada meu tudo.
Voltei a fita.
Insistência tola e maldita!
O meu peito é uma vala.
Sou filha renegada.
Sem reticências.
Me sacia com seu ponto final.
Viciada.
Me atira, enterra e mata!
Olhos comidos.
Rebobinando.
O filme fadigado.
Mais outra vez.
De novo.
Novamente.
Apagado.


Amanda F.


domingo, 26 de janeiro de 2014

Um pouco do que não sei


O que sei do amor é pouco.
O pouco que sei é do amor.
O amor do pouco que sei é louco.
Louco amor que sei tão pouco.
Sei do louco que me tem sendo amor.
Sendo amor jã sei que não sei.
O que sei é muito pouco.
Isso é o amor de um louco.
Da loucura tenho um pouco.
E do amor ainda não sei.
Só me lembro do tempo.
Onde o amor era meu em tudo.
O que me tenta é muito.
E o que sei é ainda pouco.
Perto do amor que antes era tudo.
De todos os efeitos.
O tempo me tem como suspeito.
Pra falar do louco.
Que em mim vive batendo.
Um coração maluco.
Que não sabe do muito.
Que não sabe do todo.
Que um amor pode causar.

Amanda F.

Versos de outono


Vou explicar uma coisa.
Algo que não sei começar.
Era uma vez uma criança tola.
Acreditava no amor das pessoas.
Ela cresceu convicta.
Imatura.
Certa vez um jovem a escreveu.
Ela leu seus versos de paixão.
Os colocou no bolso e se foi.
Ali ele ficou, esperando-a.
Até o fim do outono.
A tolice dela superou.
Ela nem se quer agradeceu.
Do jovem hoje ela nada mais sabe ou lê.
Ele se foi com seus versos atrás de alguém.
E está tudo bem; ele esta bem.
A criança buscou colo, proteção.
Mas não achou ninguém capaz de tocar sua alma.
Não tão profundamente como o jovem.
Dizem por ai que hoje ela chora.
Pobre criança, seu egoísmo é seu único amigo.
E tudo que ela faz agora,
é esperar o próximo outono.


Amanda F.

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Uma nova mulher


Por muito tempo tive medo, e foi isso que me conteve muitas vezes. O medo de errar, de arriscar, de se envolver; o medo de me achar. Hoje o temor deu lugar a coragem. Um tipo de coragem mascarada. Olhos me rondam, bocas me julgam, mentes me desnudam, mas somente eu sei o que se passa, pra onde vou e o que quero. A menina frágil, inocente e medrosa, foi deixada para trás, deu lugar á mulher inteligente, confiante e feroz. Não tenho medo de ser quem sou, tenho medo de ser quem pensam que sou. Sou um rio descendo, escorrendo lentamente, nascente e límpido. Sou a erupção, a revolução, essa sou eu. Antes as coisas eram confusas e estranhas. Agora são mil vezes mais complicadas. Mas já sou crescida e sei me portar diante dessas loucuras. Faço parte de um novo projeto, o qual eu mesma estou no comando. Sou eu a escritora, diretora e personagem principal do meu livro chamado "vida". Então, não devo nada, nem peço algo em troca. Sou a mulher que quero ser. Sou feliz com minhas imperfeições e agradeço por ser dona de mim e não depender de ninguém.

Amanda F.

Manhãs de domingo


Segure minhas mãos.
Não se acanhe.
Desenrrole.
Estou com sua emoção.
Ela sente frio, a aqueço.
Você me sentiu?
Agradeço.
Seus olhos escuros o acusam.
Sentes minha ausência nas manhãs de domingo.
Quando corríamos juntos.
Quando éramos nosso abrigo.
Você abriu um sorriso.
Lembrei das tardes nubladas.
Afrouxou nosso aperto de mãos suadas.
Pediu desculpas com o curvar da cabeça.
Partiu outra vez antes de poder dizer,
"Querido, não me esqueça".

Amanda F.



quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

De tudo



Do seu paladar, sou a gula.
Das suas loucuras, sou a pior.
Dos desejos, seu maior pecado.
Dos amores, o maior.

Das feridas, a mais aberta.
Das insônias, seus goles de café.
Das suas bebidas, a mais forte.
Desço lentamente até te embriagar.

Dos seus questionamentos, sou a incógnita
Das suas noites, o seu luar.
Dos seus sorrisos, sou o motivo.
E dos meus, você também sempre será.

Das suas idiotices, sou as gargalhadas.
Da sua atenção, sou a privilegiada.
Do meu coração, és o detentor.
Sendo também de minha mente,
És de tudo o meu amor.


Amanda F.