domingo, 28 de março de 2021

É sobre isso



As letras fazem sentido quando se ama. Os sentidos aguçados e o peito bate acelerado. Todo o reboliço da ansiedade que seca a garganta. As boas sensações. Os gostos açucarados na saliva quente. A vida que sorri. O sorriso que contagia a gente. É assim que sinto nós. Essa novidade. Esse desejo de continuar e não parar. O amor que chama pelo meu nome. Quer seu sobrenome. Quer pra sempre e além. Pede. Implora. Clama. Chama de casa. Faz morada. E vive junto. Não pensa no agora. Planeja o futuro. Mira nos planos. Nos sonhos de nós dois. Só sabe coexistir. Encara a dor, a fome e o frio sem hesitar. É corajoso. Forte. Invencível. Incentiva e se deixa levar. Lava a alma. Reconhece o olhar. Diz eu te amo sem precisar dizer. É fluído. Segue seu rumo. Não sabe mais andar sozinho e nem imagina como seria uma vida sem o outro. Essa sou eu após você. Esse sentido melódico nas canções de amor que ouço nas rádios. Versos que nos revelam detalhadamente. Não pede licença. Só chega e envolve. É sobre esse tipo de amor que os poetas morrem. É sobre isso.


A.F.

terça-feira, 16 de março de 2021

A incrível jornada

Talvez eu erre bastante, pra acertar só no final. Talvez eu acerte todas, e no fim quebre a cara. Não sei e nunca saberei. Essa oscilação me persegue. Me desmonta. É tudo novo. É tudo extasiante. A vida é assim.

Tentei acertar e já me feri. Machuquei alguém e acabei sentindo mais. A dor é relativa. Depende do ponto de vista. As coisas mudam tão rápido. Ninguém pode confirmar nada.

As respostas são variadas. A pergunta às vezes permace igual. O mundo gira, nós criamos asas. Ou a gente cai ou a gente voa alto. São caminhos que traçamos através das nossas escolhas.

A incrível jornada de nos encontrarmos. Debaixo de incertezas, dúvidas e desejos. Seguindo em frente, sem nostalgia ou arrependimentos. Sentindo tudo, não falando quase nada. Fazendo as pazes com nosso eu, torcendo pra não errar.

Que loucura essa vida. A música que toca nem sempre é a que anima, mas é sempre a que faz pensar. Deus queira que a gente aprenda sem morfina. Sentindo toda dor, mesmo se ela nos fizer sangrar.



A.F.


domingo, 7 de março de 2021

A dança



Estou faminta, baby.
Sinta meu corpo em chamas.
Ele clama.
Chama teu nome.
Sussurra safadezas.
E você precisa ficar atento.
À cada movimento.
À cada arfar.
Meu corpo pede mais.
Ele suplica.
Quer carinho.
Quer rápido.
Quer lento.
Devore cada parte.
Engula.
Saboreie.
Não seja tímido, baby.
Você foi convidado.
Você já está farto?
Aproveite cada sabor.
O gosto que tem.
Sente?
É quente.
Ferve.
Deixa arder.
Sobe.
Desce.
E eu tremo à cada toque.
Seu jeito de se mexer.
Meu corpo implora.
Ele não cansa.
Por cima, ele dança.
Nessa música serena.
No ritmo da noite.
Se entregue, baby.

A.F.