quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Cegasurda


Falamos muito sobre amar,
Enquanto não nos tínhamos.
E a doce vontade virou saudade amarga.
Essa sensação de que poderia, mas não foi.
Essa coisa que não sei nomear.
Essa música que não sai da minha cabeça.
A solidão se virou para mim. e eu a reconheci.
Aquela história que escrevi,
Não me permiti.
E sinto muito, por não termos sido tudo.
Mas sinto ainda pelo que não vi.
O amor que pensei encontrar só em ti.

A.F.

quinta-feira, 11 de agosto de 2016

Do não ter


Gostaria de poder escrever como antes.
Conversar com você sobre meus medos.
Depois ir até a sua casa,
Assistir um filme deitada no seu colo.
É que de uns tempos pra cá,
Percebi que a minha vida ficou vazia.
Se bem que já sabia, mas não admitia.
 E fazia mais sentido, ter você aqui comigo.
Nem que fosse pra reclamar de algo corriqueiro.
Nem que fosse pra chorar, debruçada no travesseiro.
Mas preferia minha dor, minhas agonias.
E o que me resta é essa eterna nostalgia.
Recordar o gosto do beijo,
O cheiro do seu cabelo lavado com shampoo.
E fico remoendo os desejos,
Antigos desejos de ter você por aqui.
Não me reconheço, e o mundo nao é mais azul.

A.F

segunda-feira, 8 de agosto de 2016

Winter


Jamais ouviu de mim inverdades.
Se confiei em ti minhas inteiras vontades.
Agora sinto que fui tola.
No mínimo burra.
Enquanto teimava nisso,
Ia jurando ser tua.
E o feitiço, voltou.
Já nao caio mais nas histórias,
Nas mensagens e memórias.
Nem quero acreditar que vivi ao seu lado.
A dor tem gosto de desamor.
Meu peito bate sem ritmo e gelado.
Sinto que é melhor do que afundar nas mentiras,
Mentiras estas que você me fez acreditar.
Prefiro essa covardia, do que te amar e me anular.

A.F

Na pele


Segure minhas mãos agora.
E minha respiração acelera.
Meus dedos entre os teus.
E logo somos um em um quarto.
As luzes entram no cômodo.
Antes frio, mas teu beijo vem acender.
Esse corpo antes meu, sujeito ao teu.
E entre dedos e beijos, nosso lar.
Que luzes insistem em iluminar.
As pernas que se cruzam e sobem.
E os ruídos de um diálogo nobre.
Seguidos de um arfar desconcertante.
Misturas de sabores e aromas inebriantes.
O suor, a saliva e o calor.
Entre nós um intenso querer,
Muitos conhecem por amor.
Mas na pele, reconheço que é você.

A.F