quinta-feira, 20 de julho de 2017

Nosso mundo


Criei em mim um mundo.
Onde estamos desde então.
Nós sabemos o motivo.
Nós queremos desse jeito.
Talvez meio sem jeito,
Mas ainda assim nosso.
Damos o nome que quisermos dar.
E por ser nosso, nos acolhemos lá.
Sim, existe muito amor.
Não podia ser diferente.
Em nuances alguns nos dizem
Que somos mais do que dissemos ser.
No fundo importa o que sentimos.
O que nos tornamos e criamos.
Esse mundo inteiro pra nós,
Onde nos eternizamos.
A.F.

terça-feira, 18 de julho de 2017

Completa e nua


Completamente nua.
Nua dos meus devaneios completos.
Da burrice da minha mente.
Mentalmente incompleta,
Mas nua das loucuras de tempos atrás.
Sigo nessa de completar meus vazios.
Vazios estes que despiram-me.
E prefiro esse libertar de vestes,
De mentes e de mentiras.
Que só me levaram para longe de quem era.
Da mulher que fui um dia.
Completa e nua.
Sinto-me inteira por fim.
Uma vez sentida,
Hoje sentida por mim.
Despida e transvestida de ideias novas.
De novos ares e colares.
De mentes e mensagens.
Do que posso ainda conquistar.
É isso que anseio dentro de mim.
Um corpo nu, idealizado
Porém moldado por meus olhos,
Revestido de sutilezas
Permitindo-me sempre transformar.

A.F.

Se é


Não vim falar da chuva
Ou da primavera dos seus olhos.
Do riso que paralisa minh'alma.
Das noites frias que me aquecem.
Vim falar da sensação inebriante.
Quase intocável e plena.
Do amor que reconhece-se antes de se conhecer.
Antes mesmo de dizer meras palavras.
Antes do sinos tocarem,
E tudo perder ou fazer sentido algum.
Do sussurrar dos ventos de outono.
Da época que não se sabia o que é ser.
E que agora se é, simplesmente!
E como se quer ser por amor ao outro.
Não, isso transcende um poema.
Uma homenagem ou gratidão, quer pense.
Isso é o improvável sendo possível aos olhos
Dos que enxergam com o coração.

A.F.

terça-feira, 4 de julho de 2017

A loucura


Queria ter aquela coragem.
De sair falando dos sentimentos,
Das dores do meu peito pequeno,
Das metamorfoses que passei.
Sentiria o de menos,
Ou demais das vezes que tentei,
Da vida que em mim busquei
Nos olhos escuros que perdi.
O verbo que um dia rasguei,
As brigas pelas quais evitei
Dores psicológicas que omiti.
Talvez, só talvez, seria mais fácil.
Menos dolorido falar sobre o amor,
Que vez ou outra me faz relembrar.
Passar dias ou horas refletindo,
Meditando diante de mim mesma,
A loucura que me fez te deixar.

A.F.