sexta-feira, 2 de maio de 2014

Feito estrelas


Meus lábios ressecados longe dos seus.
O corpo sente sua ausência.
Ele clama sua permanência.
Fica até o desejo sanar.
Mesmo que leve alguns anos.
Fica que eu preparo seu café.
Incluindo o seu cafuné.
Suas roupas já tem vaga nas gavetas.
Seu lado da cama ainda não esfriou.
Ainda toca sua música no disco vinil.
E a melodia é perfeita pra se amar.
Deixa essa burocracia pra depois.
Sente aqui e vamos nos olhar.
Lendo seus olhares me divirto.
Saboreio seu castanho.
Interpretando seu mirar.
Já que conhecemos nossos motins.
Já que somos cúmplices desse poema.
Você que escreveu os versos em mim.
Só não vá antes do sol.
E permaneça independente da lua.
Não existem rumores.
Desconheço os murmúrios.
São vozes e vozes não me mudam.
Muda, só quando você me beija.
Com aquele seu íntimo e particular.
Muda então, só que pra minha vida.
Fica e não deixa espaço.
Marca nesses abraços o seu lugar.
Que a noite esta apenas começando.
E o nosso amor é feito estrela à brilhar.

A.F.

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