quarta-feira, 22 de julho de 2015

Estado vegetativo do amor


Você não me retornou as chamadas.
Apagou meu número, e esqueceu de mim.
Todas as mensagens, à toa...
Insistência inútil essa minha!
Acreditei que fosse meu.
Acreditei em uma historia que criei.
Noites mal dormidas, até emagreci.
Nenhum sinal de que você esteve aqui.
Nada prova que um dia fomos um.
Acho que foi um sonho ruim.
Uma desventura fulminante.
Mas por meio das dúvidas,
Deixo o celular ao lado da cama.
Fingindo me desfazer de você
Mas ansiosa por sua ligação.
Um sinal de fumaça, uma carta que for.
Alguma coisa que me faça sair desse torpor.
Do estado vegetativo do amor.

A.F

terça-feira, 21 de julho de 2015

Olhar para você


Olhar para você
É como subir e não descer.
Planar e não cair.
Sentir seu olhar e sorrir.
É um convite indecente.
Expor meus sonhos e de repente,
Sonhar com nosso amor.
Deitados na rede e
Em pleno luar, fazer amor.
É escrever uma canção.
Ser incapaz de lhe dizer não.
Correr apenas em sua direção.
Jogar-me inteira em suas mãos.
É como assoviar o canto dos pássaros.
Estar sem fôlego, em palpitação.
Para sempre me perder em seus braços.
Cobrir-me de uma intensa satisfação.

A.F.

Escribir Nina


Escrever é mais fácil que falar.
E sou a prova do que venho recitando.
Peguei essas folhas e me expus.
Milhares de vezes em vinte anos.
Tudo que sentia, ou aquilo que acreditava.
Foram emoldurados em folhas de papel.
Para alguns um hobby.
Para nós uma fuga, um suspirar.
Escrever ao invés de falar.
É que as palavras se acanham na língua.
Mas como são desinibidas nos versos!
E resta essa amostra gratuita de mim.
Um ser inconstante e imperfeito.
Já caíram tantas lágrimas,
Por outro lado o coração aqui se rendeu.
E nessa de escrever e me calar, seguirei.
Pronta pra poesia.
Nem tanto, ou quemsabe um talvez sim.
Nunca disse que seria fácil,
Mas gosto de desafios...


Obrigada por lerem até aqui. 😘

A.F.

Seguimento


Eles mal se viram.
E a lua percebeu um acelerar de batimentos.
Suas pupilas alertaram.
Vacilaram.
Por segundos recordaram.
O frio que queimava como antes.
Aquela música antiga.
E eles sorriram.
Seguiram.
Cada um para o seu lado.
Isso é o fim de fato.

A.F.

Passageiro


Daqui posso assistir o mundo.
As pessoas e suas manias estranhas.
Ora, daqui te vi chegando.
Não evitei mesmo não notando.
De repente senti que não viveria,
Consciente do desejo em ti.
Tentei manobras e guias,
Caminhos que me levassem à ti.
Pra onde olho sou tarde fria.
E lá fora você quente sorri.
Essa onda em mim se agita.
E como grita a vontade em si.
Resolvi desistir em dia,
De noite me fecho e posso partir.
Mais difícil que te amar um dia,
É ter a vida distante de ti.


A.F.