quarta-feira, 21 de outubro de 2020

E sou



Não, eu não desisti de encontrar alguém. Só percebi que não é isso que vai me fazer feliz. Posso ser extremamente feliz sozinha. E sou. Não preciso estar com alguém pra me sentir completa.

Levou tempo, mas acordei. Enxerguei em mim a melhor companhia, a força que basta e o amor próprio que me faltava.

Me olhei um belo dia e sorri para mim. Meu reflexo me fez sentir que só dependo de mim mesma. Tudo que antes pensava precisar, hoje vejo que não preciso.

Hoje sinto que sou livre. Não me saboto, não me iludo e não me diminuo. Tempos atrás acreditava em tanta mentira que hoje sinto de longe o que é verdade.

O doce aroma do bem-me-quero me lava a alma e posso finalmente desfilar com o meu melhor sorriso e ser fiel à mim e aos meus objetivos.

A meta daqui pra frente é me fazer feliz pra sempre. Caso alguém apareça nesse caminho e queira somar e dividir planos, ótimo. Hoje não é mais minha prioridade suprir carências.

Quero um amor que acrescente e não quebre galhos. Quero amar e ser amada sem precisar ocultar o meu eu forte e real que batalhei tanto pra enxergar.

A cada dia que passa vou confirmando que a vida é uma eterna escola, todo dia aprendendo, passando por provas e ensinando um pouco do que se vive.

Espero nunca esquecer daquilo tudo que me fez chegar aqui. Toda dor vai servir se lição pra cada degrau que já subi.


A.F.

terça-feira, 13 de outubro de 2020

Responsabilidade emocional


Não houve despedida. Acordei e você já não estava ali ao meu lado. Não deu tempo de sentir sua partida. Você tirou de mim essa chance. Não me preparei pro fim. Foi rápido. Frio. Insensível. Direto. Foi do jeito que você quis, não do meu. Ou talvez do nosso... Simplesmente aconteceu. Não tive como me preparar ou falar. Não tive a chance de dizer o que queria te dizer. Você arrancou o curativo sem dó e me deixou com a cicatriz aberta em sangue vivo. E eu não consegui me controlar e chorei tudo que senti. Tudo aquilo que não imaginava poder sentir. Qualquer coisa. Tudo era motivo pra mim. E se hoje posso olhar pra trás e encarar de frente minha dor é por mim, mais ninguém. Tive que lutar sozinha, aprender e erguer a cabeça. Tive que me valorizar e sorrir pro meu novo eu após nosso fim. Não digo que foi fácil, nem arrisco dizer que estou totalmente curada, mas a cada dia que passa vou me libertando e entendendo que nem todo mundo tem responsabilidade emocional e vai agir igual à mim. Não somos iguais. Não que precisemos ser, mas o mínimo deveria ser crucial. Um pouco mais de empatia e consideração. Meu peito cicatrizou finalmente, e sinto que agora estou pronta pra amar outro alguém novamente.


A.F.