quinta-feira, 10 de abril de 2014

Estes


Insípido sabor das tuas pernas.
Incoerentes certezas daquelas vestes.
Tirastes sobre a mesa e me deste.
Despe o nu dos teus cabelos agrestes.
Mergulhada no cálido anseio.
Os corpos, teus e meus, difundidos.
As treze, vinte e trinta.
Os ponteiros insanos do inferno.
Brandos, acalanto, canto pra tu dormir.
Voltas e me revolta para não ir.
Ao puro ar que assombra meus pensamentos.
Estes todos teus, sabemos.
Destes os pedestais, os livros, e coisas más.
Canções que nelas cantastes o adeus.
Oh Deus! Ela é cigana, traiçoeira e divina.
Morri no dia que a vi.
Os ombros desnudos, os seios pequenos.
A espalda enlaçando meus devaneios.
Trouxestes os esmeros e os pecados.
Fizestes o que quero e negastes o meu passado.
Olho esmeraldado que me sorri.
No jogo do seu amor, meu rei perdeu.
Xeque-mate, em prol dela morri.
És rainha, e seu escravo sou eu.

A.F.


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