quinta-feira, 24 de junho de 2021

The Sense

Apagou as luzes e me encarando disse que agora falava sério. Senti meu corpo arrepiar só por aquele olhar. Senti minhas pernas bambas, mas me mantive em pé te encarando sedento por mim. Seus olhos varreram meu corpo deliciosamente e eu mordi os lábios pra te provocar. Era visível o quanto você estava afim. Eu dei um passo pra frente, você três e logo estávamos envolvidos em um longo beijo. Nossas línguas dançavam delicadamente no início, mas tão pronto elas imploravam por algo à mais. E enfim chegou, você tirou meu vestido azul tão rápido que aquilo me fez rir mentalmente, por fora eu te olhava cheia de tesão e confiança. O ato envolve prazer e honestidade. Eu estava sendo verdadeira com você, me entregando totalmente sem receios, e você me perguntava se era realmente aquilo que eu queria. Balancei a cabeça e você abriu o sorriso mais safado que eu pude presenciar. Estávamos ambos nervosos, porém entregues ao momento que ali poderia parar. Tirei seu cinto enquanto te encarava nua. Você me tocando com gentileza e desejo. Nós nos permitindo aproveitar cada minuto daquilo que seria nosso eternizar. Palavras que saiam de nossa boca impura, envolvidas de querer e desejo inflamado. Nada além dos nossos corpos suados e nosso arfar sufocante. Era o paraíso chegando. Eram todas as luzes da Terra nos iluminando até o ápice da paixão. O turbilhão de sentidos novos aguçados nos mortificando enquanto nascia um novo eu e um novo você. Inexperientes que mal começaram mas não pensam em nunca mais parar. Nos encaramos por longos minutos, calados, apenas o som da música tocava baixinho no quarto. Eu disse te amo e você disse que me amava mais. Foi a partir daí que tudo começou a fazer sentido na vida. Cada vírgula da poesia. Cada refrão da canção. A paz mundial reestabelecida. Já não existia mais dor. Nossa alma em sintonia. As três palavras proferidas e capazes de mudar tudo inclusive o nosso interior.


A.F.

segunda-feira, 14 de junho de 2021

Sigo em frente


Sigo em frente.
Cheia de medos.
Porém, em frente.
Cautelosa, mas não paro.
É pra frente que se anda.
Não tem nada aqui pra mim.
Não posso parar.
Sigo em frente.
Mesmo que me doa.
Queira pra atrás olhar.
Não há nada atrás pra mim.
Preciso olhar pra frente.
Pisar firme.
Me permitir o escuro da dúvida.
Pra luz da certeza brotar.
Portanto, sigo em frente.
Sorrindo.
Cantando.
Por vezes tremendo.
Chego à suar frio.
Chorando.
Mas, em frente.
Que a dor não é pra sempre.
O medo passa.
Sofrer é fugaz.
E eu me encontro.
Em movimento.
Como um vento, avanço!
Sem mais olhar pra trás.


A.F.