quinta-feira, 10 de abril de 2014

Amor de Poesia



Olhos que devoram a carne.
Você insiste em demorar.
Siga seus instintos.
Deixa o desejo inspirar.
As roupas deslizam.
As canetas que vão nos rabiscar.
Poetas do prazer.
Escrevendo por seu peito.
Rasurando nas minhas coxas.
Envolventes rimas da luxúria.
A canção ecoa lentamente.
E sua língua encontra a minha.
Seus lábios sugam meus medos.
Entregue ao seu tremendo querer.
Lentidão que me atrai.
E vai... Você vai.
Vai ajustando meu corpo no seu.
Permitindo o êxtase da nossa literatura.
Que não é tortura.
Que as letras são curas.
E seus dedos são mágicos.
Nossos pecados expostos.
O passado excomungado.
E a única razão se faz absoluta.
Minhas unhas em seus braços.
Riscando em meus quadris seus rascunhos.
E o texto ainda está no começo.
A poesia não faz o poeta.
O poeta em nós, plantou poesia.
E a semente se faz crescente.
Libido sigiloso no âmago desse amor.
Prazer, escreve o que sente.
Sente em mim o que me escreve.
Deixa de lado a gramática insolente.
Engole esses goles de fulgor.
Que das palavras mais lindas.
Você me fez a intocável.
E os seus toques são meu céu.
Emoção indescritível.
São idas e subidas.
De costas e desce até meus seios.
Ali por tempos se debruça.
Clama as estrofes entoando,
Que os deuses não se perturbem
Mas toda fé do mundo está em mim.
E os gemidos na surdina.
Clamas por salvação.
Se das letras sou seu afago.
Das poesias és a minha inspiração.

A.F.

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