terça-feira, 10 de junho de 2014

Inspirado em Cotidiano


Aquela sensação leve, como se meus pés tocassem a areia da praia, é isso que delicio ao seu lado. Não sou obrigada a fazer nada, mas por você faço. Agora pouco você acordou, me puxou como um travesseiro, me apertou, mordeu levemente o lóbulo de minha orelha, me encarou e fui mais uma vez ao paraíso... Nós não pedimos nada, nós simplesmente vamos até o fim. Não exigimos nada, somos o melhor para o outro. Nossa conexão é o olhar mais sereno, o lábio umidecido pós-beijo, e aquelas conversas após o almoço. Sentar na varanda e ouvir os ruídos da cidade, ouvir você recitar um poema e depois me beijar com voracidade. Arrumar suas roupas, por saber que sozinho não consegue. Preparar sua comida, servir-me em seu prato. São esses detalhes diários que não vão deixar morrer o amor, pois faremos disso nosso renascer. Quero sua mulher ser, passe o tempo que passar, estarei acordando ao seu lado, sendo seu travesseiro confortável, sendo sua ao ir dormir, e ao se levantar.

A.F.

terça-feira, 3 de junho de 2014

理想


Estranho depositar toda minha fé em alguém. Encarar o mundo com a inocência do amor. Intimidar o inimigo oferecendo a mão. Abaixar a cabeça nas horas de erguer-se e sair. Essas contradições são de fato estranhas. Não me acostumei com o luar tão estonteante. Não acreditei quando ele chegou, pediu meu coração e... na verdade me roubou. São deles meus sonhos e desejos. É daquele homem a ternura maior. Sou diferente de ontem, sou ainda melhor. É notável minha mudança. Antes criança, hoje mulher. Serena, em paz com o calor dele, vivenciando a beleza de ser sua mulher. E os encontros e desencontros que a vida nos deu, foram pontes, desvios para que ele chegasse a ser meu. Não lamento mais o tempo, e as coisas que antes me faziam chorar. Agradeço a todo momento o dia em que pude aquela boca beijar. Saborear o hálito, cálido em meu interior. Bagunçar os cachos e poder chama-lo de meu amor. É, ainda acho estranho essa entrega sem igual, mas mais estranho seria se não amasse ainda mais todo dia o homem que para mim é o ideal.

A.F.

domingo, 1 de junho de 2014

Ele quer


Resolvi que não seria a última das muitas juras. Cá estou transbordando de amor, e esvaziarei somente com poesias. Não exijo simétricas, trocadilhos e rimas. Exijo o valor de um abraço e o sabor de um beijo. Não estou acostumada com essa infinita plenitude. Só que ela é grude, e estou fixada em você. Quando faz aquele beicinho, ou me olha de repente. Quando fica ainda me olhando e eu indagando: o que foi!? Quando você sempre responde perguntando. Ou quando você rir e me faz rir das coisas da vida. Vejo que estou envolvida. Por querer, sem querer, em querer. Estou e sou movida pelo prazer, o seu prazer. Estou absorvida e ando nas nuvens, pairando. Estou entregue. Estou amando. O amor que para muitos é apenas uma palavra, e para outros um sentimento. Esse amor que para mim é o seu sorriso. Para mim de fato o amor é você me olhando, acariciando minha nuca e me mordendo. Cada um define como quiser. E o amor para mim é você. E o melhor ainda fica por conta da sincronia. São dois corpos, são duas orações, mas somos um, com dois corações. E mesmo que alguma coisa aconteça, estarei aqui. Não sooa clichê. Romantismo barato nunca me convenceu. Não fuja, e se for fugir me leva. Qualquer passo que der, que seja em minha direção. Seja o que Deus quiser! E Ele quer.

A.F.

Ebulição


Se meus lábios fossem rios, eles estariam em correnteza de você. Com certeza de querer esses seus que sorriem quando me vem, até que límpidos rasam e arrasam meu coração. Se seus cadarços são detalhes ao chão, dão-se nós, que somos pós cósmicos desse mundo vão. Vem ser esse ponto de ebulição, que ao seu toque evaporei gradativamente. Se somos os amores que de antes não falávamos, um capítulo ainda rasurado desse livro pequeno e encapado. Segure as minhas mãos, entregue o rascunho e dê vida a sua obra que o tempo se desdobra e volátil vai embora. Não reconheceis meus beijos pelo ato, se prende na língua e no paladar. Sente que ainda são coisas futuras, e que de fato temos muito por que continuar.

A.F.