terça-feira, 19 de março de 2013

Platônico

Linda, lendo seu livro de páginas amareladas.
Trocando a posição das pernas dobradas.
Deixando á mostra os tornozelos encantadores.
Mexendo no óculos e prendendo os cachos de novo.

Linda, andando sem jeito pela praça.
Olhando para os dois lados antes de atravessar.
Rindo de um passarinho bebendo água.
Esperando o ônibus chegar.

Linda, devolvendo o livro pra biblioteca da cidade.
Escolhendo uma nova historia pra se aventurar.
E eu estava lá, seus dedos nos meus tocaram.
Linda, simplesmente linda ao corar.
Pedi desculpas e ofereci o livro.
Seus olhos conseguindo me encarar.
Agradeceu e virou-se sem mais nada falar.

Bobo, estava ao te admirar.
Na praça, na rua e na biblioteca.
Amor platônico que sempre viverá.
Hoje faz 15 anos e ainda me lembro.

Ela não gostava de política.
Era a favor da igualdade de sexos.
Se divertia com quase tudo.
Seu sorriso transmitia sinceridade e pureza.
Não me importo, de verdade.
Não fui realizado do amor, mas agradeço por tê-la encontrado.
Ela linda, sempre tão meiga com seus vestidos de seda e seus cabelos cacheados.


Amanda F.

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