Então o amanhã chegou.
Trouxe com ele um vazio.
O mais temido por todos nós.
A solidão do cotidiano.
Aquela que mora com a gente.
Divide o mesmo quarto.
Nos mantém refém.
Consola e assola.
Aquela que bate em nossa cara.
Sabe nosso nome.
Nos chama por apelidos.
Ela que nos conhece bem.
Às vezes a esquecemos.
Mas ela está sempre por ali.
E quando ela grita,
Não tem como não ouvir.
Ela me fez uma visita.
O sol mal rompeu o céu,
Invadiu a janela e disse "oi".
A solidão me puxou para debaixo da coberta.
Contou uma história triste.
Me viu chorar.
E se foi.
Não, ela fingiu que saiu.
Eu sei que ela ainda está aqui.
Ela é real, posso sentir.
De vez em quando puxa um assunto.
Ela sabe como confrontar.
Eu e ela somos uma só.
Ambas cansadas, indiferentes.
Aguardando algo que não temos,
Possuindo coisas que não precisamos.
A.F.
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