Ele segurou meu quadril. Desceu os dedos na pele quente. Os olhos famintos em mim. A boca querendo morder. Contou seus segredos. Senti sua verdade. Osculamos sem medo. Envolvidos sem vaidade. Só pelo prazer. Não existe receios. Onde há amor, não existe medo. O coração acelerou. Ele chamou por mim. Gritei seu nome. O calor em nós. A chama que se consome. Os cabelos banhados de suor. A pele marcada de paixão. Os dentes rangendo. A fúria em nosso colchão. Ele mantendo sua promessa. O desejo não se calou. Jogou-me na mesa. Meu corpo estudou. Saboreou cada parte. Repetiu a dose. Se viciou. Deu-me tudo e por sorte o amor ficou. Das carícias a vontade. Dos delírios ao contemplamento. Descaramento de nós dois. Cada segundo é raridade, não deixamos nada pra depois. Nos interessa o aqui. A nossa verdade. Os carinhos e as mordidas. A ousadia de ser a menina, com tesão de mulher. A nudez que atiça o amante, faz dele refém e réu. Excita e goza. Do prazer que saiu do papel. Virou eu. Virou ele. Poesia que se escreve e recita. Versos que fazem amor. A prosa. Dois culpados, na alegria ou na dor.
A.F.
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