quinta-feira, 29 de novembro de 2018

Confissões sinceras de uma adulta de vinte e poucos anos


Você pediu para ser sincera. Abrir o jogo. Okay. Vamos lá: Moço, a gente não se conhece direito, bem sei. Vou dizer algumas coisas sobre mim, no final você decide se quer ficar.
Sou aquele tipo clássico de mulher, sensível demais, mas estressada ao ponto de me irritar até com o jeito que você bebe água. Pois é! Essa sou eu. Adoro escrever no tempo livre. Desde poesias até canções. Não tem tempo ruim para a literatura na minha vida. Falando em vida, não me chame assim. Eu não sou a vida de ninguém. Muito menos a sua. Não, não era para soar de maneira grosseira, mas é que se tem algo que eu sei fazer é isso. Falar algo normal, mas as pessoas acharem que estou brigando ou sendo rude. Foi mal. A minha cara é fechada desse jeito mesmo. Não vou mentir. Ta aí outra coisa que eu odeio. Mentiras. Ou você é sincero comigo desde o início, ou nem precisa ficar. Tudo bem, eu sei ser flexível, mas não abusa. Odeio gente abusada, que se aproveita da situação. Aliás, pessoas mesquinhas e esnobes não fazem parte do meu ciclo. Elas naturalmente  se afastam de mim. Não dá! Ah! Mas eu amo conversar, contar minhas loucuras, dividir boas risadas. Isso eu valorizo. Gosto de ouvir músicas de todos os tipos. Mas no fim sempre acabo com os meus hits dos anos 80 e 90, que na minha humilde opinião são os melhores. Confesso que sou tímida às vezes. Isso depende do nível de intimidade que eu tenho com a pessoa. Sou fã de orgulho e preconceito, mas me amarro em sagas bem atuais também. Sim, aquelas que envolvem vampiros e anjos. Pois é! Essa sou eu. Olha, quando o assunto for comida, não tem meia conversa. Meu prato é de pedreiro, mas o coração é de mocinha. Uma moça muito louca, porém responsável e amiga. Se tem algo que busco sempre cuidar é das minhas amizades. Só que eu não sou besta. Isso eu não sou mesmo. Me irrito fácil quando estou achando que alguém está se aproveitando de mim. Sobre se irritar, é bem fácil me ver desse jeito quando estou de barriga vazia. Acho que pelo que deu para perceber, me abri totalmente. Pensei bastante sobre tudo, e acho que você merecia saber dessas pequenas e grandes coisas. Ah! Antes que eu me esqueça. Meu perfume é doce, mas meu sabor favorito é o azedume. Agora que ficou claro, diga de uma vez. Não perca seu tempo se não me considera. Não me faça perder o meu também se não quiser se envolver. Sou assim. Uma mulher cheia de defeitos, mas que sabe cuidar e deixar ser cuidada. Um dia isso tudo fará sentido. Até lá, muita coisa pode mudar. O que nunca mudou e nunca mudará em mim é meu amor pelo flamengo. De resto, deixo o tempo agir e a sabedoria chegar. Pense bem antes de retornar. Não sou fácil de lidar.
Uma ruiva, pequena e brava. Essa é a que vos fala. Antes que seja tarde, seja franco. Diga o que realmente importa. Dependendo da sua resposta, posso retribuir sem cobrar. A vida é uma loucura, e eu não tenho medo de suas crises. Aprendi a conviver com ela. Quero mesmo sorrir e ser alguém melhor. Esse é o plano. Seguir o plano sem desviar. Espero ter sabedoria e paciência, essa última em mim é difícil de achar.

A.F.

terça-feira, 27 de novembro de 2018

Still Love U

Faz tempo que não o via.
Tinha esquecido a sensação.
Você usava sua camisa de sempre.
Um sorriso debochado no rosto.
Os cabelos bagunçados.
A visão da pessoa que amei um dia.
Amei com tudo que tive.
Nada te faltou de mim.
Te dei meu melhor.
Provastes do meu céu,
Mas não soube lidar com meu inferno.
Você foi embora.
Deixou-me esperançosa.
Acreditando que ainda não era o fim.
Tanto foi que esqueci de ti.
Esqueci como era teu jeito.
As manias que você tinha.
Até o modo de falar.
Foi tudo arquivado na memória do passado.
Você ficou lá atrás.
Mas hoje, de repente tudo voltou.
Tão rápido que nem pareceu ter ido embora.
As malditas lembranças da nossa historia.
Que escrevi através das poesias que recitei.
Que cantei através das canções que te dediquei.
Você sempre pertenceu à mim.
Mas, sei bem, nunca fui alguém para você.
Talvez um lance.
Talvez um sopro.
Não o fogo e nem a chama.
Não a vida e todo o drama.
Somente àquela que te amou de verdade.
Faz tempo que não olhava os castanhos dos teus olhos.
E me afogava nessa lama.
Foi só te enxergar assim,
Que tudo antes adormecido,
Acordou em mim.
O amor, a dor, a verdade.
Antigos sentimentos e as promessas.
Toda nostalgia de quando a gente revê quem ainda ama.
E a velha saudade que ainda aperta.
Me invadindo sem avisar.
É que você fez muita falta.
Ainda faz.
Meu peito padece quando ouve sua voz.
Não é normal reagir.
Não quero sentir.
Prefiro me esconder de mim.
Não quero sofrer.
Você jamais irá me retribuir.
Que seja do jeito que tem que ser.
Doído, amargo e cruel.
Que o sabor um dia saia da minha língua.
Que a dor não me cause mais feridas.
Eu deixo tudo de nós nesse papel.
Versos que relatam minha vida.
Àquela que juramos viver.
Que eu nunca tive coragem de realizar.
Nem sequer arriscar um recomeço.
Sinto muito, mas ainda amo você.
E não sei se deixarei de amar.


A.F.

sábado, 24 de novembro de 2018

De mais ninguém


Gosto de olhar para o espelho e enxergar alguém comum. Um rosto nada perfeito, cheio de marcas que a vida deu. Olho tanto para mim que não sei como admitir o quanto me encontrei. O quanto é bom me admirar. Carrego um fardo leve. Consciência tranquila após tanta turbulência. Peito aberto e mente sã. Nunca pensei que seria capaz de me sentir desse jeito. Totalmente de bem comigo mesma. Livre dos medos que um dia me fizeram refém. Desinibida. Desimpedida. Entregue à novas experiências. Disposta a sorrir pra vida. Principalmente, grata por acordar todos os dias e encarar esse rosto tão comum, mas tão real e meu. Sim, eu sou minha e de mais ninguém.

A.F.

sexta-feira, 23 de novembro de 2018

A liberdade de ser sozinha


Sozinha.
Já me senti assim com ele.
Sinto que estou do mesmo jeito sem.
A solidão me conforta.
Somos amigas, afinal.
Não me sinto mal.
Na verdade me encontro.
Há anos estou atrás de mim mesma.
Me perdi entre laços mal feitos.
Perdi minha identidade.
Hoje preciso me reencontrar.
Sentir a solidão não me desponta.
Na verdade me torna pronta.
Pronta para encarar minha vida
Sem ele, sem laços, sem mentiras.
Uma vida por mim dirigida.
Àquela que venho tentando entender.
Sozinha me sinto, às vezes.
É normal e confortável.
Me desprende da dependência.
Sou livre para me amar.
A liberdade de ser sozinha.
É por ela que corro, respiro e luto.
Uma busca incansável por mim,
Dentro da minha própria alma.
Todos os dias.
Independente.
Sozinha e
Feliz.


A.F.

quarta-feira, 14 de novembro de 2018

Pelo prazer

Ele segurou meu quadril. Desceu os dedos na pele quente. Os olhos famintos em mim. A boca querendo morder. Contou seus segredos. Senti sua verdade. Osculamos sem medo. Envolvidos sem vaidade. Só pelo prazer. Não existe receios. Onde há amor, não existe medo. O coração acelerou. Ele chamou por mim. Gritei seu nome. O calor em nós. A chama que se consome. Os cabelos banhados de suor. A pele marcada de paixão. Os dentes rangendo. A fúria em nosso colchão. Ele mantendo sua promessa. O desejo não se calou. Jogou-me na mesa. Meu corpo estudou. Saboreou cada parte. Repetiu a dose. Se viciou. Deu-me tudo e por sorte o amor ficou. Das carícias a vontade. Dos delírios ao contemplamento. Descaramento de nós dois. Cada segundo é raridade, não deixamos nada pra depois. Nos interessa o aqui. A nossa verdade. Os carinhos e as mordidas. A ousadia de ser a menina, com tesão de mulher. A nudez que atiça o amante, faz dele refém e réu. Excita e goza. Do prazer que saiu do papel. Virou eu. Virou ele. Poesia que se escreve e recita. Versos que fazem amor. A prosa. Dois culpados, na alegria ou na dor.

A.F.

sábado, 10 de novembro de 2018

Atrevida


Me atrevo a dizer que não resisto ao teu cheiro. Um perfume que me deixa tonta. Pronta. Estou aqui só para me deixar provar. Quero sentir teu gosto. Minha boca clama por teu sabor. Tento de tudo. Sou tua escrava. Nascida só para te adorar. Não é exagero. É desejo. É fogo. É meu corpo inteiro se contorcendo por te esperar. É tuas mãos tocando e invadindo meu mundo. Universo particular. São os pecados, todos enraízados em mim. As palavras que saem do teu peito. A tua cor e o jeito que você me prende assim. É a loucura. Vício maldito que vem me corroer. Nós na tua casa ou na rua. Insanos até o amanhecer. Minhas unhas deixando um caminho na tua costa. A tua língua áspera na minha orelha. Os dois sem ar. Sem vergonha nenhuma. Dispostos. Em chamas. Donos do mundo. Da luxúria. Do intenso desejo. Reflexo do nosso querer. Ouso dizer, você não imagina o quanto me perco. A imensidão é teus olhos e a nuca salgada. Teu ombro e as pernas em mim enrroscadas. Nossa dança íntima em cima da cama. Em qualquer lugar que nos satisfazer. Sou atrevida, por isso digo, o culpado de tudo isso é você. A culpa sempre foi sua, que me mostrou o que é prazer.

A.F.

sexta-feira, 9 de novembro de 2018

Nudes


Ele me pediu um nudes. Enviei uma foto do meu poema. Quer algo mais explícito que isso? É obsceno o jeito que meus versos me expõem. Sou inteira ali. Estou nua. Estou de corpo e alma escancarada. Ninguém pode dizer o contrário. Não tenho como mentir. Basta ler.
Ele não entendeu a minha essência, e ainda quis desmerecer minhas palavras. Que pena! Desse tipo de homem quero distância, obrigada. Prefiro alguém que arranque de mim as vestes da alma. Que desperta as poesias a serem recitadas.

A.F.

quinta-feira, 8 de novembro de 2018

My sin


Nos meus sonhos você é real.
Os olhos misteriosos.
A boca macia.
As mãos gentis.
A febre que arde em meu corpo.
Parece tudo muito real.
Mas quando acordo, sofro.
Nada é tão cruel quanto o despertar.
É como me sinto.
Sinto que não posso mais viver assim.
Me diga, antes que eu morra,
Como posso suportar essa situação?
Se tudo que quero é tocá-lo.
Chamar teu nome,
Em alto e bom som.
A triste realidade é o que me mata.
Acompanhar teus passos na surdina.
Temerosa de tudo e todos.
Não poder gritar o meu amor.
Ser a outra.
Aquela que é mal vista.
Subjulgada por esse pecado.
Devastada dentro e fora do meu peito.
Como aguentarei desse jeito?
Diga! Antes que seja o meu fim.
Não é culpa minha.
Não quero buscar uma justificativa.
Apenas desejo amá-lo livremente.
Sem temer olhares.
Poder dizer que és meu, simplesmente.


A.F.

O que mais temia


Eu já deveria saber que você não estaria disposto. Não sentiria o que eu continuo sentindo até hoje. Você pegaria o pouco que ofereceu. Sumiria. Você seria esse tipo de pessoa. Alguém que fala sobre seus sonhos e nos faz sonhar junto. Alguém que encanta com o jeito de olhar. Um tipo que parece familiar. A verdade é que você nunca quis ficar. Será que foi tudo real? Os beijos, as promessas e os dias no nosso calendário. Será que foram todos premeditados? As respostas continuam vagas. Me avisei todos os dias, mas todos os malditos dias você me envolvia de uma forma diferente. Virei presa fácil. Me tornei o que mais temia, uma pessoa fria. Resultado do teu descaso. Aquela que finge que sente. Querido, eu não sinto nada. Nada por mim. Tudo só por ti. Tudo que um dia quis sentir por alguém. Sim, essa sou eu. Meu maior medo se realizou quando você entrou na minha vida. Piorou ainda mais quando você saiu dela. Se hoje carrego todas essas feridas, foi por ter acreditado que com você tudo seria diferente. Não foi. Pois é, eu já deveria saber...

A.F.

terça-feira, 6 de novembro de 2018

Da traição


Ela está cansada. Não é a primeira vez que alguém vai embora. Dias atrás ela aceitou um pedido. Chorou e ligou para mãe contando a novidade. Estava tudo indo bem. Maldito seja os esquecimentos de livros! Ela o viu com outra. A dor não pode ser medida. Ela está fria. Os dias passam e ela os deixa passar. Ela só espera por algum motivo. Seja nos palpáveis ou além dos sentidos. Seja de dentro ou de fora da sua bolha mental. Ela só quer esquecer o ocorrido. Precisa de companhia, mas ninguém liga. Não existe memes capazes de deixá-la feliz. Ela cansou de verdade. Não é a primeira vez, mas é a última. Ela quer só ir dormir. Anestesiar a lacuna que ele deixou em seu peito, e ela preencheu de dor. Dormir. Esquecer o que um dia foi perfeito. Pegar suas memórias e de uma vez por todas sumir. De si. Dele. De qualquer um. Ela não precisa de opinião. Ela só quer sossego para sua alma. Só quer se preservar de sentir coisa alguma. A traição é sempre dura, tal qual a lápide em que ela emoldura seu corpo inerte. Assim, que ela durma e só levante quando valer a pena voltar e se permitir amar outra vez.

A.F.

Poema que escrevi sobre ela


Ela nua é meu ponto fraco.
A pele dela é poesia em mim.
A cor dos olhos cantam.
É uma melodia e me seduz.
Lentamente.
Sou refém desse corpo.
O corpo dela é veneno.
Meu desejo invade.
Não sei mais sobre nada.
Só sei admirar suas curvas.
O jeito que ela me deixa bobo.
A boca que abre e mal diz.
De novo, sou o caos.
Culpa dessa mulher.
Não posso confiar em mim.
Sinto que não devo.
Inseguro.
Dependente do calor que ela emana.
Dos cabelos em chamas.
Da luz que ela refletiu.
Naquele fatídico dia.
Que deveria ir bem ali.
Fumar um cigarro e ler o jornal.
Não era para me apaixonar.
Tão pouco me viciar.
Na beleza e inocência daquela
Que fez meus dias infinitos.
Do amor, o afago e o gemido.
Da loucura, companheira real.
A jovem que desgraçou o poeta.
O desfez em linhas retas.
Que mal começou, e pôs um ponto final.

A.F.

sexta-feira, 2 de novembro de 2018

Solidão

Então o amanhã chegou.
Trouxe com ele um vazio.
O mais temido por todos nós.
A solidão do cotidiano.
Aquela que mora com a gente.
Divide o mesmo quarto.
Nos mantém refém.
Consola e assola.
Aquela que bate em nossa cara.
Sabe nosso nome.
Nos chama por apelidos.
Ela que nos conhece bem.
Às vezes a esquecemos.
Mas ela está sempre por ali.
E quando ela grita,
Não tem como não ouvir.
Ela me fez uma visita.
O sol mal rompeu o céu,
Invadiu a janela e disse "oi".
A solidão me puxou para debaixo da coberta.
Contou uma história triste.
Me viu chorar.
E se foi.
Não, ela fingiu que saiu.
Eu sei que ela ainda está aqui.
Ela é real, posso sentir.
De vez em quando puxa um assunto.
Ela sabe como confrontar.
Eu e ela somos uma só.
Ambas cansadas, indiferentes.
Aguardando algo que não temos,
Possuindo coisas que não precisamos.

A.F.

O amor em sua mais louca definição

Defini o amor quando te vi. Era intenso, alto, forte e encantador. Era assim o amor. Foi sedento, consolo e proteção. Senti o tal amor diversas vezes em poucos dias. Foi assim. Era o abismo que eu me coloquei na beira. Era a vontade de se jogar e o desejo de continuar a viver. Só queria viver ao teu lado. Foram as promessas felizes que me seguraram. Todos os sonhos e as palavras que me incentivaram. O amor foi palpável. Era onde me apoiava nos momentos difíceis. Chorei quando nos despedimos. Não saberei dizer se algum dia serei a mesma. Talvez não será a última. O amor existe de várias maneiras. Quero prová-lo em todas as suas facetas. Permitir que ele me consuma em sua mais louca definição. Só serve se for para extravasar. Do contrário, prefiro a paixão.

A.F.