Serei sua dama de vermelho. Usando um rímel que realça o azul de meus olhos. Vestida de pele, é só isso que importa. Um pouco de intimidade para nós, garçom. Derrube seu vinho tinto em mim, que bebo até meus olhos embaçarem. Traga mais rosas vermelhas, as que tanto adoro. Minhas pernas estão a sua disposição, para que admire e as desenhe em sua imaginação. Ainda não vamos dançar, a música nos sugere só uma batida de leve no chão. Meus cabelos estão onde você não queria; em seu peito seria melhor...
O vermelho de meus lábios o marcaram no rosto, mas querias que eu descesse um pouco mais, alguns centímetros fazem diferença. Fazem grandes diferenças. Deixe que minha conversa sobre independência o embriague de desejo, que seus braços tenha vontades de apertarem meu busto, meus botões do vestido azul, e que seu cheiro de menta e vodka me façam esquecer por uma noite a determinação. O bar não está tão lotado, lá fora ouço alguns passos apressados. É a correria que vivencio todos os dias. Seja para mim um final de semana sem fim.
Meus olhos entendem o que você quer. O que qualquer cara quer. Quer sair daqui, me levar para sua casa, dividir uma taça de champanhe e contar histórias do tempo que não volta mais. Devagar caminhar por minha nuca com os seus dedos habilidosos, sussurrar um clichê só para me convencer de uma vez por todas. Mas hoje não vai comer o prato principal, já encomendei uma porção de fritas. Achou ousado? Achou que mulher tem vergonha de recusar, de comer na frente de homem? Não. Sou dura na queda, mas quando caio é para derrubar junto. Agora sua visão não se contemplará, mas quem sabe daqui a pouco...
Não demore com esse papo de trabalho, de problemas que precisa resolver. Esquece por um minuto que estamos em um mundo desigual. Rouba um beijo, ou três. Faça e aconteça. Surpreenda-me. Posso mudar de opinião, como mudo de roupa. A roupa agora precisa deslizar por minhas curvas, estou dando outra chance. Aproxime seu hálito quente em minha orelha, e faça-me ver estrelas. A noite é só uma meiga criança, podemos sair quando você quiser dessa vez. Deixe-me guiá-lo nessa nova experiência. Sou uma vagabunda, posso ser a sua por hoje. Minha estratégia era ser dominada desde o início. Será que preciso tirar meu traje para você perceber o que meus lábios de um vermelho puta gritam em cada risada abafada que forjo para não deixá-lo sem graça. Quero que você me tome para si, sacie a sede que senti quando te vi pela primeira vez. Sou mulher que não cansa de ser sexy, que abusa do privilégio de ser linda, que só quer dividir uma cama, um trago, um copo, um grito.
Beba-me por inteira agora, ou fique só admirando o que nunca terá.
Amanda F.
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