Quero escrever toda fúria que guardei.
Manchar de vermelho meu coração.
Não é sangue, é veneno.
Deixe que transborde nesse chão.
Quero gritar toda injustiça que passei.
Marcar em carne viva meu coração.
Não é vida, é escravidão.
Deixe que molhe por que chorei.
Quero acabar com isso de uma vez.
Arrancar toda falsidade do coração.
Não é minha, veio de você.
Deixo os restos em sua mão.
Vou pra onde não deveria ter saído.
Para o templo de minha paz espiritual.
Não é por um momento, é pra sempre.
Não saio mais do meu normal.
Vou para onde a ternura me levar.
Carregada no colo pela positividade.
Embalada feito criança.
Sem nenhum medo de sonhar.
Não levaste de mim a bondade.
A ira é momentânea, passará.
Convicta de que o amor não é o culpado.
Por não saberes me amar.
Não sonhastes os meus sonhos.
Posso tê-los sem mais esperar,
Alguma coisa que vem de você.
Alguma coisa que nunca mais virá.
Quero cantar toda felicidade que existe em mim.
Pintar as estrelas que me encantam.
Não mais sofrer pelo fim.
Renascer da própria esperança.
Quero brindar essa nova chance.
Não embebedar a consciência cansada.
Lúcida dessa vez seguirei,
Com a fé sempre renovada.
Quero o sim de uma vez,
O sim para a igualdade, para o amor.
Um sim de verdade,
Que transpareça seu valor.
Não há fim, há recomeço.
Não é morte, é renascimento.
É mérito, é vitória, contentamento.
Não é adeus, é agradecimento.
Amanda F.
sexta-feira, 28 de junho de 2013
Histórias que precisam ser escritas
Num belo dia você passa no mesmo lugar de sempre e esbarra com aquela pessoa que nunca viu, até agora. Ela é linda de uma forma que não consegue explicar, somente admirar. Mas isso acontece quando você está no seu quarto, quando toca aquela música que não sabe porque mas é a cara dela. Quando você volta para o lugar onde a viu pela primeira vez. Daí você percebe que está apaixonado, e que isso vai demorar a passar. Não tanto quanto o tempo para revê-la outra vez. Você se arrepende por não ter perguntado seu nome quando teve a chance. Se arrepende por não ter puxado um papo, qualquer coisa que fizesse ela falar. Volta pra sua casa, cabisbaixo, sem muita motivação. Entende que isso é coisa de filme, que amor a primeira vista não existe, e que nunca mais vai encontrá-la de novo. Então você olha pro dois lados antes de atravessar a rua, e lá está ela. O vestido amarelo que cai tão bem nela, as tranças negras por sobre o ombro, e como se não bastasse ela está sorrindo. A verdadeira imagem da perfeição, você pensa. Por dentro o coração bate mais rápido do que o normal, as mãos frias, no pensamento milhares de palavras e nenhuma coragem de chagar e conversar. Dai repara mais um pouco, e quando percebe tá no meio da rua, por sorte o sinal ainda está vermelho, volta e fica na calçada. Por um momento sua vida correu risco. É loucura, pensa. Não ia morrer por causa de alguém que nem conhece, ou será que ia? Ela está vindo em sua direção, se apavora. Mas não é bem em sua direção. Para antes na banca de revistas e puxa de lá um jornal. Além de linda é intelectual, suspira. Ela desfila naquela calçada, será que não percebe que é a mulher mais perfeita daquela cidade? Ou quem sabe do universo? Quando se dá conta diz oi. Assim no seco mesmo. Um oi que nunca pensou em dizer, sem estar acompanhado de tudo bem, ou quem sabe de uma piadinha sem graça que treinou em casa enquanto pensava nela. Ela vira o rosto, e seus olhos estão cintilando um verde água sufocante. Sua expressão é confusa, eu te conheço? Ela diz. É claro que não, ele pensa. Mas eu sim, repensa. Outro dia esbarrei em você, sua voz é fraca quase não sai. Ela parece confusa, mas abre um sorriso. Aé, ela diz. Ele sorri junto, mas é de nervosismo. Uma coragem que brota não sabe de onde o empurra, quer tomar um sorvete? Ele arrisca. A garota fica séria, e isso o assusta. Em seguida abre a boca e diz as palavras mais lindas que ele já ouviu. Por que não? É, por que não? Ele está nas nuvens, apesar de tocar o chão. Apesar de suar frio pelas mãos, de estar acelerado seu coração, por que não? Dai a história se desenrola, um cara, uma moça, um amor platônico, coisas do tipo. Coisas que a gente vê nos filmes na Tv, mas que acontecem com a gente, só que por medo, por questão de desapego, por fatores diversos deixamos passar. Nós temos todos os dias cenas de cinema em nossa vida. Somos os mais lindos livros, mas por preguiça de escrever nossa história ficamos no prólogo e é só. Absortos nas palavras que não nos fazem ser o filme, o livro, a canção mais perfeita de se ter, ouvir, sentir e viver.
Amanda F.
Amanda F.
quarta-feira, 26 de junho de 2013
I do not want us now
A gente não é pra hoje, talvez amanhã, outro dia quem sabe.
Agora a gente nem se conhece tão bem, a gente não faz sentido.Quero sentido pra gente existir ainda um dia.
Tudo dará certo, acredite em mim.
Não quero a gente assim.
A gente é para outra vez.
Outra noite, quando tiver de ser.
Você dançando, esbarro em você, pronto!
Assim, quero a gente no destino.
Quero te encontrar sem querer nos outros dias.
Acredito nessa ideia.
Todos falam que sou maluca.
É, talvez eu seja mesmo.
Mas não quero mais a gente agora.
Quero que você me procure.
Finja que foi sem querer, só pra eu cair na sua de novo.
Conta uma mentira, daquelas que você é craque.
Diga que passou por aqui sem querer.
Que foi o destino que nos uniu de novo.
Hoje não tô afim da gente, sabe?!
Hoje quero sair, beijar de língua outras bocas.
Sentir que sem você ainda sei viver.
Por que faz tempo que não sei o que é isso.
Você fez o que quis, chegou minha vez.
Outro ano quem sabe, dias, meses te vejo por aí.
Quando você correr atrás do que largou aos poucos,
Você vai me entender.
Fez o que fez, agora é hora de sentir na pele.
Não sou vingativa, só preciso relaxar.
Deixar o vento lamber minhas curvas.
Deixar o tempo te mostrar que não vive sem mim.
Ou aceitar que realmente não existe tempo que cura.
Então, até mais, não posso perder meu tempo mais com você.
Amanda F.
Nós um outono
O sol reluzia em sua pele o clarão do dia.
Seu sorriso era a coisa mais linda.
Sua voz um verso romântico.
Dizia que sentia, retribuía, me entendia.
Ouvia-o falar sobre nós encantada.
Mas estação que passa, passou...
E nos trouxe para o agora.
Esse outono, de folhas secas e mais nada.
Seu sorriso continua intacto.
E sua voz a prosa mais perfeita.
Mas parece que não sente, não entende e não vê.
Preciso do calor que emanava do seus beijos.
Preciso de nós, como tempos não vejo.
Não é culpa da estação.
Culpa sim das nossas escolhas.
Das diretrizes que tomamos.
Das palavras que não dissemos.
Tenhamos o mínimo de sensibilidade.
Pois o amor ainda é notável.
Mas amar sem amizade,
Sem carinho, só pela palavra
Não dá, de verdade.
Volte no tempo comigo.
Vamos juntos encontrar o que nós perdemos.
O tempo passa, não nos espera.
Juntos sei que mais podemos.
No amor as coisas são assim.
Eu nasci pra você,
E você nasceu pra mim.
Amanda F.
terça-feira, 25 de junho de 2013
Já é tarde
Nós já devíamos ter aprendido.
Nada do que dissemos, realmente foi real.
Sonhos de amores, é o que alimenta essa paixão.
Fostes um alguém que chegou sem aviso.
Rompeu as letras das músicas que ouvi.
Simplesmente balançou todas as estruturas.
Sempre muito gentil, culto e enigmático.
Esperou por mim, e ainda espera.
Na mesma praça onde nos conhecemos.
Seu olhar não mudou, muita coisa é imutável.
Mas seu coração anda frouxo, precisando de cuidados.
Muito falei, muito me ouviu.
Não posso largar tudo e fugir outra vez.
Tenho medo, você sabe das minhas limitações.
Não espere, já é tarde volte para sua casa.
Arrume essa bagunça do seu peito.
Tens que aprender que sonhos não se realizam.
Mas basta um sim, que tudo pode mudar.
Não serei covarde, por isso digo já é tarde.
Não posso mais voltar atrás.
Amanda F.
Nada do que dissemos, realmente foi real.
Sonhos de amores, é o que alimenta essa paixão.
Fostes um alguém que chegou sem aviso.
Rompeu as letras das músicas que ouvi.
Simplesmente balançou todas as estruturas.
Sempre muito gentil, culto e enigmático.
Esperou por mim, e ainda espera.
Na mesma praça onde nos conhecemos.
Seu olhar não mudou, muita coisa é imutável.
Mas seu coração anda frouxo, precisando de cuidados.
Muito falei, muito me ouviu.
Não posso largar tudo e fugir outra vez.
Tenho medo, você sabe das minhas limitações.
Não espere, já é tarde volte para sua casa.
Arrume essa bagunça do seu peito.
Tens que aprender que sonhos não se realizam.
Mas basta um sim, que tudo pode mudar.
Não serei covarde, por isso digo já é tarde.
Não posso mais voltar atrás.
Amanda F.
Felina
Quando ela despertou os olhos marejados bailaram, e da boca só se ouviu um suspiro longo. Ela o fez calar. Como sempre. Seu sorriso era lindo logo pela manhã, algo que admirava todo santo dia. Pura sorte! Ele se dizia o homem mais sortudo do mundo. Ela o vestia, o acarinhava no rosto, o vigiava, o amava gostoso, e ele não mais se perdia. Ela o encontrou outro dia, nas ruas em vão. Andando com outras garotas, mas ela sabia que ele precisava era de uma mulher. Ela seria a dele. Ela que se dizia independente, se prendeu no colo daquele homem que a assistia enquanto dormia. Ele com a barba ainda por fazer, a roçava em seu colo, e ela gargalhava com tamanha ousadia misturada a inocência. Ela o agarrou pelas palavras. Ele se encantou com seus livros não publicados. Ele a encorajava, ela só queria escrever. Ele a sentia, mesmo de longe ele sabia que ela estaria esperando por ele, como ele por ela sempre fez. Ela tinha algo especial, em cada detalhe daquele corpo moreno. Ela andava, e os passarinhos cantarolavam algo que parecia a canção dos céus. Ela passava e deixava seu rastro, um perfume que ele sabia diferenciar em qualquer lugar que estivesse. Ele não esperava por alguém tão incrível, ela pensava o mesmo. São como imãs, independente de barreiras, se atraem, se conectam, se prendem e não querem jamais se afastar. Ela é a mulher dos sonhos dele, aquela que perde noites de sono por algo que o aflija, que acorda com o sorriso mais lindo do mundo todos os dias ao seu lado na cama. Ela o fez crescer, o modificou de tal forma que ele jura não mais reconhecer seu antigo eu, que graças a ela tudo está ameno e muito melhor. Mulher feroz, que se passa por loba, por anjo, por deusa, por demônio, que o satisfaz, que o deixa feliz e infeliz com um só olhar. É por ela que ele abandona toda essa vida mundana e vai morar no paraíso, de onde ela veio, com certeza.
Amanda F.
Amanda F.
segunda-feira, 17 de junho de 2013
Verás que o filho teu não foge à luta
Ouviram-se gritos de um povo sufocado.
Nas margens dos limites ultrapassados.
O herói despertou em cada mente triunfante.
O povo não é mais como antes.
Amanheceu!
O sol nos diz libertem-se!
A nação retribuiu em um só coro,
Estamos juntos!
Somos iguais perante Deus,
Não nos fira com gases ou bombas.
Se lutamos pelas famílias,
Por nossos filhos e o futuro de nossas vidas.
Ó pátria amada,
Idolatrada!
Permita que nós a salvemos!
País de vívidas luzes e cores.
Estrelas mil que nos encantam.
Não se ofenda pelo tumulto de hoje.
Mas sinta com essa luta a mudança.
O gigante acordou!
Seu povo cansou de sobreviver.
Hoje a luz da liberdade nos avisou,
Vamos vencer!
Pelo amor que temos,
Vamos viver!
Terra adorada,
Entre outras mil,
és Tu Brasil,
Ó pátria amada.
Somos seus filhos,
E como tais só queremos sorrir,
Não nos calem, CANSAMOS DE SÓ OUVIR.
Amanda F.
sábado, 15 de junho de 2013
Do amor
Do amor quero colo, consolo, espaço, arrepio, gestos sutis, olhares, desculpas, verdades, vontades, saudades jamais, presentes, vitórias, cumplicidade, apoio, desejo, coragem, insistência, benevolência, viagem, esperança, exposição, querência além do limite, paixão, afeto, desespero, imaginação, sonhos, teimosias, atenção, tempo, brincadeiras, carinhos, paciência, segredos, amizade, respeito, dualidade, reciprocidade e mil vezes mais do bom e melhor que a vida tiver para oferecer e surpreender.
Do amor espero o sol mais clarão, as ruas sem limites de rostos, dos abraços o infinito conforto, dos beijos um paraíso particular, das noites as estrelas mais bonitas, das canções as poesias mais rítmicas, das chuvas a alma mais purificada, do adeus um passado, dos prazeres um eterno vigor perfumado, dos sorrisos uma janela para o arco-íris sem fim, das melodias o ruído dos sinos celestiais, das horas a eternidade e não mais do que segundos vaporosos, pois é assim que sinto o tempo quando estou ao seu lado.
Do amor escrevo o que eles dizem sentir, recito a canção das almas apaixonadas, transcrevo em versos os poetas anônimos que clamam por amores inacabáveis. Dele somos reféns, meros mortais do sentimento que não morre, e sim renasce, frutifica e padece aqueles que os tem como fonte de vida. Não o deixe se partir, não o deixe ir e não voltar jamais, o cultive, o sacie, o surpreenda e o agrade para que ele dê sentido na vida, dê esperança e forças para não desistir sem lutar.
Do amor uma lição a ser vivida continuadamente, vigorosamente, deliciosamente até que digam o contrário, amarei sem temer, com vigor inabalável, eternamente ansiando essa inconstância felicidade.
Amanda F.
Do amor espero o sol mais clarão, as ruas sem limites de rostos, dos abraços o infinito conforto, dos beijos um paraíso particular, das noites as estrelas mais bonitas, das canções as poesias mais rítmicas, das chuvas a alma mais purificada, do adeus um passado, dos prazeres um eterno vigor perfumado, dos sorrisos uma janela para o arco-íris sem fim, das melodias o ruído dos sinos celestiais, das horas a eternidade e não mais do que segundos vaporosos, pois é assim que sinto o tempo quando estou ao seu lado.
Do amor escrevo o que eles dizem sentir, recito a canção das almas apaixonadas, transcrevo em versos os poetas anônimos que clamam por amores inacabáveis. Dele somos reféns, meros mortais do sentimento que não morre, e sim renasce, frutifica e padece aqueles que os tem como fonte de vida. Não o deixe se partir, não o deixe ir e não voltar jamais, o cultive, o sacie, o surpreenda e o agrade para que ele dê sentido na vida, dê esperança e forças para não desistir sem lutar.
Do amor uma lição a ser vivida continuadamente, vigorosamente, deliciosamente até que digam o contrário, amarei sem temer, com vigor inabalável, eternamente ansiando essa inconstância felicidade.
Amanda F.
domingo, 9 de junho de 2013
Éternité
Olhando pela janela do seu quarto ela só queria poder esquecer aquele fim de tarde maldito. O fim do dia mais triste de sua vida. Ele falou em poucos minutos que não poderia continuar com aquilo. Ela sonhara uma vida, e ele fez questão de apagar em minutos sua eternidade. Ele não queria continuar "aquilo". Ela queria gritar, queria fingir entender errado, queria apagar de sua memória o que tinha escutado, queria chorar, queria se exilar do mundo, queria acordar desse pesadelo, queria muitas coisas, queria dizer que aquilo tinha nome e se chamava amor. Amor...
Sua cabeça era uma onda agitada, em fúria, em chamas, se água pudesse em fogo virar. Ela não suportaria aquela dor, não por muito tempo. Precisava ir atrás dele, dizer que era mentira, que ele nunca foi o homem da sua vida, que as alianças em seus dedos eram apenas objetos de metal, e que a vida agora seria muito melhor sem aquele homem para chateá-la. Mas não. Não poderia ser tão falsa consigo. Não poderia enganar a si mesma por muito tempo, por hora era sua melhor ideia. Ela ligaria para ele, combinaria um encontro impessoal na cafeteria onde se conheceram, nada por acaso. Eles conversariam como anos atrás, seriam dois estranhos que um dia planejaram ter filhos e um cãozinho chamado snoop. Ela o diria que foi a melhor decisão, a decisão mais egoísta que já tinha ouvido, mas a mais sensata. Dariam as mãos, e aquele último toque a faria sangrar por dentro. Ele não notaria, é claro. Ela leria aqueles olhos negros, e com seus olhos diria um adeus com gosto de até logo. Seria perfeito.
Sua cama estava estranhamente mais fria, seu corpo clamava por um carinho, sua boca um beijo lhe pedia, e seu peito era de um vazio inigualável. Arrumou seu vestido negro, estava de luto pela separação. Pintou os lábios de vermelho, para que ele não desconfiasse de sua falta de preocupação. Ela agiria como uma cobra, esperando a hora de atacar. Na bolsa uma arma, aquele maldito dia não iria ser em vão. Suas mãos tremiam, e as lágrimas jorravam como explosão de um chafariz. O corpo inerte dele a amaldiçoava e ao mesmo tempo a satisfazia. Seu desejo de eternidade não seria jamais apagado, ela morreria logo em seguida ao lado de seu eterno amado.
Amanda F.
Sua cabeça era uma onda agitada, em fúria, em chamas, se água pudesse em fogo virar. Ela não suportaria aquela dor, não por muito tempo. Precisava ir atrás dele, dizer que era mentira, que ele nunca foi o homem da sua vida, que as alianças em seus dedos eram apenas objetos de metal, e que a vida agora seria muito melhor sem aquele homem para chateá-la. Mas não. Não poderia ser tão falsa consigo. Não poderia enganar a si mesma por muito tempo, por hora era sua melhor ideia. Ela ligaria para ele, combinaria um encontro impessoal na cafeteria onde se conheceram, nada por acaso. Eles conversariam como anos atrás, seriam dois estranhos que um dia planejaram ter filhos e um cãozinho chamado snoop. Ela o diria que foi a melhor decisão, a decisão mais egoísta que já tinha ouvido, mas a mais sensata. Dariam as mãos, e aquele último toque a faria sangrar por dentro. Ele não notaria, é claro. Ela leria aqueles olhos negros, e com seus olhos diria um adeus com gosto de até logo. Seria perfeito.
Sua cama estava estranhamente mais fria, seu corpo clamava por um carinho, sua boca um beijo lhe pedia, e seu peito era de um vazio inigualável. Arrumou seu vestido negro, estava de luto pela separação. Pintou os lábios de vermelho, para que ele não desconfiasse de sua falta de preocupação. Ela agiria como uma cobra, esperando a hora de atacar. Na bolsa uma arma, aquele maldito dia não iria ser em vão. Suas mãos tremiam, e as lágrimas jorravam como explosão de um chafariz. O corpo inerte dele a amaldiçoava e ao mesmo tempo a satisfazia. Seu desejo de eternidade não seria jamais apagado, ela morreria logo em seguida ao lado de seu eterno amado.
Amanda F.
terça-feira, 4 de junho de 2013
Beba-me
Serei sua dama de vermelho. Usando um rímel que realça o azul de meus olhos. Vestida de pele, é só isso que importa. Um pouco de intimidade para nós, garçom. Derrube seu vinho tinto em mim, que bebo até meus olhos embaçarem. Traga mais rosas vermelhas, as que tanto adoro. Minhas pernas estão a sua disposição, para que admire e as desenhe em sua imaginação. Ainda não vamos dançar, a música nos sugere só uma batida de leve no chão. Meus cabelos estão onde você não queria; em seu peito seria melhor...
O vermelho de meus lábios o marcaram no rosto, mas querias que eu descesse um pouco mais, alguns centímetros fazem diferença. Fazem grandes diferenças. Deixe que minha conversa sobre independência o embriague de desejo, que seus braços tenha vontades de apertarem meu busto, meus botões do vestido azul, e que seu cheiro de menta e vodka me façam esquecer por uma noite a determinação. O bar não está tão lotado, lá fora ouço alguns passos apressados. É a correria que vivencio todos os dias. Seja para mim um final de semana sem fim.
Meus olhos entendem o que você quer. O que qualquer cara quer. Quer sair daqui, me levar para sua casa, dividir uma taça de champanhe e contar histórias do tempo que não volta mais. Devagar caminhar por minha nuca com os seus dedos habilidosos, sussurrar um clichê só para me convencer de uma vez por todas. Mas hoje não vai comer o prato principal, já encomendei uma porção de fritas. Achou ousado? Achou que mulher tem vergonha de recusar, de comer na frente de homem? Não. Sou dura na queda, mas quando caio é para derrubar junto. Agora sua visão não se contemplará, mas quem sabe daqui a pouco...
Não demore com esse papo de trabalho, de problemas que precisa resolver. Esquece por um minuto que estamos em um mundo desigual. Rouba um beijo, ou três. Faça e aconteça. Surpreenda-me. Posso mudar de opinião, como mudo de roupa. A roupa agora precisa deslizar por minhas curvas, estou dando outra chance. Aproxime seu hálito quente em minha orelha, e faça-me ver estrelas. A noite é só uma meiga criança, podemos sair quando você quiser dessa vez. Deixe-me guiá-lo nessa nova experiência. Sou uma vagabunda, posso ser a sua por hoje. Minha estratégia era ser dominada desde o início. Será que preciso tirar meu traje para você perceber o que meus lábios de um vermelho puta gritam em cada risada abafada que forjo para não deixá-lo sem graça. Quero que você me tome para si, sacie a sede que senti quando te vi pela primeira vez. Sou mulher que não cansa de ser sexy, que abusa do privilégio de ser linda, que só quer dividir uma cama, um trago, um copo, um grito.
Beba-me por inteira agora, ou fique só admirando o que nunca terá.
Amanda F.
O vermelho de meus lábios o marcaram no rosto, mas querias que eu descesse um pouco mais, alguns centímetros fazem diferença. Fazem grandes diferenças. Deixe que minha conversa sobre independência o embriague de desejo, que seus braços tenha vontades de apertarem meu busto, meus botões do vestido azul, e que seu cheiro de menta e vodka me façam esquecer por uma noite a determinação. O bar não está tão lotado, lá fora ouço alguns passos apressados. É a correria que vivencio todos os dias. Seja para mim um final de semana sem fim.
Meus olhos entendem o que você quer. O que qualquer cara quer. Quer sair daqui, me levar para sua casa, dividir uma taça de champanhe e contar histórias do tempo que não volta mais. Devagar caminhar por minha nuca com os seus dedos habilidosos, sussurrar um clichê só para me convencer de uma vez por todas. Mas hoje não vai comer o prato principal, já encomendei uma porção de fritas. Achou ousado? Achou que mulher tem vergonha de recusar, de comer na frente de homem? Não. Sou dura na queda, mas quando caio é para derrubar junto. Agora sua visão não se contemplará, mas quem sabe daqui a pouco...
Não demore com esse papo de trabalho, de problemas que precisa resolver. Esquece por um minuto que estamos em um mundo desigual. Rouba um beijo, ou três. Faça e aconteça. Surpreenda-me. Posso mudar de opinião, como mudo de roupa. A roupa agora precisa deslizar por minhas curvas, estou dando outra chance. Aproxime seu hálito quente em minha orelha, e faça-me ver estrelas. A noite é só uma meiga criança, podemos sair quando você quiser dessa vez. Deixe-me guiá-lo nessa nova experiência. Sou uma vagabunda, posso ser a sua por hoje. Minha estratégia era ser dominada desde o início. Será que preciso tirar meu traje para você perceber o que meus lábios de um vermelho puta gritam em cada risada abafada que forjo para não deixá-lo sem graça. Quero que você me tome para si, sacie a sede que senti quando te vi pela primeira vez. Sou mulher que não cansa de ser sexy, que abusa do privilégio de ser linda, que só quer dividir uma cama, um trago, um copo, um grito.
Beba-me por inteira agora, ou fique só admirando o que nunca terá.
Amanda F.
AERO
Aerosmith está gritando que se dormirmos perdemos tudo. Nós dormimos. Você ainda permanece inerte em seu sonho. Pude ver como dormes tranquilamente, só sei que vives pelo movimento de sua respiração. Parece um anjo. Mas agora acorde, meu anjo. Acorde para que não percamos mais nada dessa vez. Deixe-me dormir mais um pouco, ele disse. Não tive reação. Não queria perder nada, queria acordá-lo, queria desvendar junto dele os mistérios do mundo. Segure em minha mãos, por favor não durma. Ele caiu no sono outra vez. Mas agora é diferente, ele o quis.
Aerosmith nos diz para voarmos para bem longe daqui. Siga a letra perfeita. Voemos então! Não, de novo você fez sua escolha e decidiu que seria melhor ficar no chão. Não queres expandir seu céu. Não queres compartilhar vivências comigo. Deu as costas para mim. Foi embora, simples assim. Lembro-me das suas palavras, algo que lembrava muito um eu te amo. Não, isso nunca foi amor, isso era você brincando comigo. Dormindo sozinho, sem sonhar. Agindo de qualquer forma, deixando-me de lado. Isso era seu egocentrismo exacerbado. Isso era você, um alguém que não imaginava ser. Isso nunca foi amor. Aerosmith que está certo, eu que errei quando decidi dividir meus sonhos e minhas esperanças com alguém tão volátil. Alguém que não quer nada além de dormir e se limitar com o que é apresentado.
Amanda F.
Aquela que não sou
Serei as estranhas feições do medo.
Um copo vazio ou meio cheio.
Um acorde musical antigo.
Uma melodia esquecida.
Serei as estradas que levam a lugar nenhum.
Uma letra ou um verso antes cantado.
Uma poesia nunca lida.
Um beijo não dado.
Serei as interrogações do mundo.
Um corpo inerte na água.
Um corte ou uma ferida exposta.
Uma vontade saciada.
Serei os vícios de um dependente químico.
Uma borboleta em fase terminal.
Um coração partido.
Um poço profundo de incertezas.
Um alguém que nunca soube se encontrar.
Serei o que sobrou de mim.
O que escondi de todos e de você.
Serei a resposta repetida.
Uma vitória nunca esquecida.
O máximo que ainda resta para ser.
Depois que passaste por mim.
Levastes tudo.
Serei os restos desse amor.
A poeira onde pisou.
Hoje sou as flores secas.
A fumaça de uma dor que me queimou.
Uma lágrima contida.
Uma ardência na garganta.
Serei o pesar.
Uma perda de tempo total.
Um livro que nunca foi publicado.
Um adeus sem final.
Amanda F.
Um copo vazio ou meio cheio.
Um acorde musical antigo.
Uma melodia esquecida.
Serei as estradas que levam a lugar nenhum.
Uma letra ou um verso antes cantado.
Uma poesia nunca lida.
Um beijo não dado.
Serei as interrogações do mundo.
Um corpo inerte na água.
Um corte ou uma ferida exposta.
Uma vontade saciada.
Serei os vícios de um dependente químico.
Uma borboleta em fase terminal.
Um coração partido.
Um poço profundo de incertezas.
Um alguém que nunca soube se encontrar.
Serei o que sobrou de mim.
O que escondi de todos e de você.
Serei a resposta repetida.
Uma vitória nunca esquecida.
O máximo que ainda resta para ser.
Depois que passaste por mim.
Levastes tudo.
Serei os restos desse amor.
A poeira onde pisou.
Hoje sou as flores secas.
A fumaça de uma dor que me queimou.
Uma lágrima contida.
Uma ardência na garganta.
Serei o pesar.
Uma perda de tempo total.
Um livro que nunca foi publicado.
Um adeus sem final.
Amanda F.
segunda-feira, 3 de junho de 2013
Esquece.
Você não foi, você ainda é. Em tudo que olho, penso, sinto, respiro, almejo, conquisto, decido. Lá está você. Você não precisa saber, mas faço questão de dizer, eu te odeio. Odeio o fato de não parar por um segundo de pensar em ti. Odeio seu cheiro em outros corpos, seus beijos em lugar algum, sua risada em outros lábios, suas manias em ninguém mais além de você. Odeio quando vai embora. Odeio quando demora a voltar. Você faz de propósito. Me esquece por querer. Um dia aprendo. Um dia me mando do seu mundinho. Vou e não volto. Fico longe, e não precisa nem ligar. Porque eu canso, sou de carne e osso. Sou de amor e esperança. E você camarada, você é feito de aaaah... Esquece. Sério, me esquece.
Amanda F.
Amanda F.
Wall
Virei um muro, onde passam todos os dias milhares de pessoas. Elas se encostam nele, rabiscam, picham, se agarram perto dele, mijam, fazem o que quiser. Esperam. Desistem de esperar. Usam. Destroem. Reconstroem. Mas o muro nada diz. Não sai de lá, não vai atrás de um referencial melhor. Simplesmente permite o que é submetido. Parado ali. Sozinho altas horas da madrugada. Alguns gatinhos o visitam. Outros só se aproveitam como os humanos. Um muro enorme, dá um quarterão. Um muro alto. Feito de tijolos e pintado de acordo com gostos diversos. Virei um muro. Onde não bate nada. Sem coração. Frio. Esquecido. Um muro onde alguns se consolam, outros se adoram. Um muro onde milhares de pessoas vem todo o santo dia. Mas nem sequer pensam "poxa, esse muro precisa de carinho?". Sou esse muro. Duro. Gélido. Descascado. Isolado. Deteriorado. Sujo. Feio. Banalizado. Cuspido. Totalmente destruído.
Amanda F.
Amanda F.
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