domingo, 22 de maio de 2011

Coisas passadas

Pensei na bagunça dos brinquedos pela casa; nas bonecas que vestia; nos desenhos que fazia.
Pensei nos gritos furiosos de repreensão; em festinhas de pijama na casa de uma coleguinha.
Nas coisas de criança; na felicidade infinita de ser inocente.
Uma inocência ausente; uma saudade de tê-la.
Agir sem segundas intenções; sem malícia; com inacabável curiosidade.
Correr; apostar corrida; cair; tirar casquinhas das feridas; brigar e depois fazer as pazes.
Ter apenas um sorriso real; sem ou com dentes da frente.
Roubar frutas; dividir com os parceiros de roubo; fazer um piquenique no quintal.
Arriscar! Possuir medo só de castigos paternos.
Um tempo passado fica apenas na lembrança.
O tempo em que eu era apenas aquela frágil criança.
Onde sonhos eram vestidos de tanta cor e luz.
Pensei... Só pensei em voltar; reviver momentos inesquecíveis.
Chorava pela queda de bicicleta.
Choro, dessa vez não é tão fácil; não é só queda, é tombo, atropelamento total.
É um mundo que desaba na cabeça confusa.
Pouco tempo atrás eu era somente uma criança.
Agora cresço sem esquecer da saudade de viver na fantasia infantil e inocente.

Amanda F.

Meu velho...

No silêncio você diz tanta coisa; transparece suas verdades.
Tantos passos; longos e cançados passos.
Um alguém que fez um mundo; transforma-o ao gosto particular.
Sem mesmo dizer as singelas histórias de sua vida tão curta; curta por ter muito mais que ensinar.
Faz ainda suas graças; de vez em quando conta suas histórias.
Não é igual, eu sei; mas eu também sei os motivos.
Há muito tempo era verde; hoje amadureceu o homem.
O meu homem; aquele que me inspira a escrever esse poema pequeno.
Hoje o reflexo de uma geração; o bom reflexo de seus 70 e poucos anos de vida.

Para meu avô querido.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Pecado capital

Cansei de ser lembranças; sonhos utópicos e prolongados em mente pequena.
Preciso de ações; pegadas de verdade. Pegadas na areia, no chão e na pele.
Amores de tantas cores e beijos.
Misturar minhas luxúrias com tanto ardor.
Cansei de ser subjulgada e frustrada.
Se for pra sofrer, sofro com alguém.
Assim as dores serão divididas; repartidas entre corações diferentes.
Porque um amor só é pouco pro meu pecado.
Quero delirar, gritar entre corpos e calor.
Dizer sem vergonha que sou eu, sou eu!
Quero, provoco e vou...

Amanda F.

Servo de amor.

Era o amor que veio pra confundir; alcançar; fazer; mandar.
Ai o amor! Tão grande e frágil; pertuba ilusões; convida-as para unir-se; conquista com o olhar.
Sempre tão bom, mal e exagerado. Provoca as mais loucas sensações.
Intrigante e fatal; fantasioso e real; heróico e vilão; torturante ao dar prazer.
Aquele amor que derrama néctares de luxúria.
Faz seu jogo perigoso; ganha quem souber perder.
O amor, ás vezes perceptível nas difíceis conquistas; em seus traços internos que por fora se vê.
Mostra nas faces a dependência do servo de amor,
Que torno-me ao te querer.

Amanda F.

Confusões!

 Confusões de práticas gentis.
 Trocando o verbo pelo adjetivo amor.
 Mas amor adjetivo não é; por tudo a confusão se criou.

 Dizendo licença sem olhar.
 Pisando nas pendências de um devedor.
 Causando triunfos na culpa de perder.
 Tirando respostas sem perguntar.

 Isso é loucura de paixão!
 Buscar incansavelmente carinho, toque e prazer.
 Mentir sem querer; com querer também.
 Roubar os pobres e dar aos que devem.
 Pagar com a mesma moeda as culpas e ilusões.
Tudo causa confusões quando se está amando.

 E hoje amo! Com tanta voracidade e calor.
 Perco minhas lúcidas coerências; ganho fantasias e amor.
 Tudo que trago por dentro, ao externo contradiz.
 Pois pratico aquelas causas gentis.
 Causas que suprem minhas vontades insanas; devaneios crescentes,
 Desse sabor adocicado e delirante que trago no peito, alma e coração.

 Um amor tão fraco e potente; divertido e sem compaixão.
 Abusa de mim e faz-me nascer e morrer aos poucos.
 Causando sempre essa gostosa confusão.


 Amanda F.

terça-feira, 17 de maio de 2011

Descarga para as merdas desse mundo!

Jogo fora todo o colorido, preto e branco também.
Mando embora a hipocrisia, preconceito e afins.
Cuspo nas mentiras; piso na corrupção.
Expiro as banalidades, criminalidades e mais HADES por ai...
O inferno é aqui! O inferno é aqui!
Por onde ando, sombras de medo.
Não há mais respeito, união.
Então, arranco o mal pela raíz.
Extrapolo se for preciso. 
Mas mudo, tento pelo menos eliminar.
 Pois existe muita merda ainda.
Precisa-se de mais descargas, paciência e saco para aturar!

Sábias palavras.

Sábias palavras do mestre. Limpou a cabeça de poucos; feriu o orgulho de muitos.
Tudo tem sempre um porque; mesmo que nada seje explicado; mesmo que o nada nunca seje usado; o mestre sabe o que fazer.
Redimiu-se para nós?! Um espanto ao meu ver.
Logo nós, tão imaturos, sujos e preguiçosos de viver; crianças ainda perdidas, que querem um dia crescer.
Obrigada mesmo assim.
Por suas pequenas palavras de grande expressão; tocou-me de verdade.
Mestre, você é mestre também. Não desista de nós; mesmo que seje tentadora a ideia.
Ainda temos um tempo; existe a contagem; tantas pressões!
Apenas refletiremos de tudo que foi dito, feito e questionado.
Assim -só assim- atitudes certas serão certas; sem acomodar o erro; sem fazer parte da multidão de ignorantes que existe nesse mundo.

~ Inspirada da aula de matemática de hoje ;)

domingo, 15 de maio de 2011

Delicada flor

São essas flores sobre mim, deixadas por você.
Por um desejo carnal ou simples perfeição visual.
Minhas curvas resplandecem a obra; o quadro.
Um quadro de cores, amores e flores.
Você pinta com tanto amor.
Que eu tiro a flor e me entrego a você.
Pintamos então um outro quadro; uma obra mais complexa.
Com cores mais vivas; formas mais abstratas.
Essas flores não são minhas, nem suas.
São do mundo, que é portanto nosso.
Somos esse mundo que pintamos com tanto calor.
E pra ti me entrego, pois sou a sua delicada flor.

Amanda F.

Calouro

É agora que as portas trancadas se abrem.
Tudo por todos quer ganhar.
Chegou o momento de agir sem dúvidas.
Um momento da vida como nenhum igual.
Onde sabe-se quem vive esse instante.
Decidir o que ser, ter e ganhar.
O momento dos jovens.
O mais importante!
O que seguir na vida profissional.
Optar sem receio de erro nenhum.
Agora já não se pode bambear.
Um passo em falso estraga tudo que foi conquistado.
Está em jogo tantas coisas, tantas emoções.
O certo sempre será o certo; nada de errado.
É a vida recomeçando, traçando novas feições.
Ampliando horizontes desconhecidos.
Trazendo novas oportunidades.
Isso é calor; calouro; ansiedade; expectativa!
Desejo de algo ainda não saboreado.
Vontades maiores e crescentes de sempre alcançar.
 É entrar em êxtase de ser um APROVADO no vestibular.


Alô papai, Alô mamãe...

sábado, 14 de maio de 2011

freedom

Viver, sentir o vento lambendo suas pernas; beijar bocas de formas e sabores diversos.
Ter um mundo de fontes inesgotáveis; ser livre e insaciável!
Possuir seus medos solucionáveis; medos normais pra sua idade.
Menina-mulher que me inspira escrever esses versos banais.
Mostrar que tudo tem seus fins e seus lucros.
Não pene nas mentiras e ilusões.
Simplesmente sinta, ame e queira ser o tudo que precisa para ter.
Na força que transparece, transfigura e veste, eu sei.
Sei que é muito mais do que mostra; mais do que pensas também.
Com razão e fluídos de amor siga seus passos, sem receio de tombos.
Apenas derrube, quebre e extrapole barreiras que te impeçam de ser feliz.
Lembre-se dos pássaros de sua pele: leves ao léu de suas vontades.
Não se envergonhe da inocência e timidez infantil; ela ajuda, ensina, e faz recordar.
Por tudo que sabe, vê e diz;
Queira amar e não tenha medo de dizer sim para si mesma.

Para C.L. *-*

Não para

Parar pra pensar nas coisas banais e simples que não se vê, sente e toca.
Parar pra analisar olhares perdidos e desejos carnais.
Não se para pra isso...
Parar pra entender as dores da perda.
Parar por querer parar; por saber a hora de parar.
Não se para jamais.
Não se para pra nada agora. Nem para falar e sentir o prazer das noites de insônia.
Tentar enxergar qual prazer nisso pode-se haver.
O tempo que não permite volta, devoluções; um tempo que não para a nenhuma excessão.
Nem regras ele segue, nem momentos prolonga.
O seu único objetivo é passar.
E como passa esse tempo!
Um inesgotável tormento de segundos que parecem dias, séculos de exaustão.
A veloz ventania que afugenta tristezas e melancolias se de amor se alimentar.
O tempo não para; não pode parar. Por isso ele passa, não volta e vive intensamente seus segundos, minutos e horas, sempre penando, alimentando saudades e acariciando vontades de seres apaixonados.

Amanda F.

não entendo :~

Parece loucura, todo amor e vontade em mim; chamo e imploro todos os dias o querer que sinto; Muito maior que minh'alma, maior que toda minha razão; cresce e não acaba; infinito em meu coração; Veio devagar; cresceu e não quis mais parar; o amor, só ele, único que me faz repetir; Mesmo depois de negá-lo, repudiá-lo com todo meu ardor; vem e desfaz, como se nada houvesse ocorrido; Esse sentimento bandido, torturador e cruel; ao mesmo tempo tão justo, gostoso e fiel; Esse mesmo sentimento que um dia me fez chorar; hoje só em meus lábios o sorriso faz brilhar; Eu não entendo; não vou entender jamais; só vou amar; deixar e permitir; porque o amor se sente, não se entende, nem se explica; Hoje sinto, quero e recebo; sou feliz, feliz e amo!

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Momento

Nada dura.
Nem o esmalte de longa duração; nem a tinta que pinta meus cabelos; nem as marcas de um sorriso; nada dura.
Não vai demorar.
Para as respostas serem aceitas; para o beijo sem gosto ficar; para a chama antes acesa, de um vela se apagar; não vai demorar.
Porque nada é para sempre?
A ilusão é tão egoísta; sinto-me dormente, debruçada em minhas feridas.
Se não queria amor, porque motivo ficou?
O sangue vivo escorre entre meu corpo todo; e aos poucos some, pois só ele volta e fica de novo, de novo e de novo.

Amanda F.