O que verdadeiramente me padece
São os sentimentos nobres.
Sempre fui um livro aberto.
Mas as folhas eram frágeis sedas.
As letras cursivas e desenhadas.
Os versos carregados de tristezas.
Não me faltam motivos.
Permaneço imutável e inconstante.
Mendigando sonhos de outrem.
Não me faltam desejos.
Só preciso de uma luz
Nessa caverna funda e sufocante que é meu peito.
Juvenil aparência de mulher.
Delicada voz ao cantar o dia.
Mas só de olhar a íris feminina.
É que se sabe o quanto está perdida.
Tenho a doçura de menina.
Mas o fulgor de mulher.
Não me faltam linhas.
Tenho nos calos histórias vividas.
Mas o passado não mais me sorri.
E só escrevo o que o pesar me permite.
O silêncio é o meu refúgio.
Vivo das cinzas que pari.
Amanda F.
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