sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Um porre

Ao som de Caetano nos embebedamos.
Murmúrios estranhos enquanto nos perdemos.
Viajando nesse gozo de amor.
Desfrutando e despindo medos.
Bailando no inconsciente.
Além do que se pensa.
Permitindo o desconhecido.
Se permitindo somente.
Arrancando vestes e gemidos.
Anestesiados do mundo.
Pois o paraíso se faz presente.
Enquanto isso for o alimento da alma,
Vivo e renasço dessas nossas loucuras.
Não existe perfeição maior.
Seus dedos nos meus.
Tudo de mim em nós.
Restam apenas os infelizes.
Aqueles que não provaram a bebida.
Essa bebida que nos traz vida.
A mesma que nos deixou assim.
Um porre de amor, por favor.
Quero me acabar nesses goles.
Beba-me por inteira.
E não tenha pena de se embriagar.
Caetano continua a nos seduzir.
Envolvidos por fim pela melodia e pela bebida.
Venha, vamos nos permitir.
Simplesmente pelo prazer de se saborear.


Amanda F.

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