segunda-feira, 28 de dezembro de 2015
Dedicado à ela
Falar de saudade, dois copos sobre a mesa daquele bar, aquelas duas pessoas, as mesmas frases, o mesmo olhar. Monótomo, vagaroso semblante, dois vagos corpos, bocas fechadas, corações errantes.
Se é pulsátil, pulse entre nós, vem de retrátil, algoz.
Materiais são coisas imaturas, não desabrocharam, perderam o tempo, apodreceram no jardim. Prefiro teus sorrisos, as covinhas, os sibilos, as murmurias e aquele velho pano de cetim.
Enfeitarei os quadros imaginários, pintados em minha mente tão lúcida, tão louca, tão ardente! Que é pra fazer sentido à poesia, jovem senhora que dança, que gargalha e bebe a noite inteira. Mergulha nas idolatrias dos amantes, dos fracos, das viúvas e dos renegados. É filha da saudade, mãe do poeta. Dedico-te essa escrita, oh poesia! Menina remota de sons e aromas, de beijos e olhares, que somam, que somem com as dores dos lugares. Que enfeitiça o feiticeiro. Atiça os pelos, regojiza os doentes. Dá teu mel a quem precisa e plante o céu no peito que agoniza. Vê-se que é ela, poesia, liberdade em forma de rima, verso e fantasia.
A.F.
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