terça-feira, 8 de setembro de 2015

Além da vida



No rádio uma música qualquer, a melodia envolvia os corpos nus no sofá, aquilo era mais um sábado normal. Ela não sabia que ao sair daquele apartamento, não mais o veria. Foi atravessar a rua, pensamento longe, certamente nele, e pimba!
Ela o viu de cima, ele estava atordoado, debruçado em um corpo inerte no chão. Ele gritava, ela não o entendia, mas sabia que estava em prantos. Olhou fixamente aquele corpo deitado, era ela. Mas como?
Demorou dias, meses e anos. Ele não era mais o mesmo. Antes um jovem rapaz sorridente, e agora não sorri mais, não é tão jovem assim.
Outra noite jurou tê-la visto, usava o mesmo vestido florido daquele dia infeliz. Lembrou de como ela era linda, e de como suas covinhas eram charmosas. Ela o olhava, e seu olhar dizia que tudo ficaria bem, mas ele não queria viver sem ela.
Na mesma noite saiu do apartamento, nos olhos lágrimas amargas, que secavam com o vento que envolvia aquele temporal de outubro. Pensando nela, e em como tudo deveria ter sido, e outra vez pimba!
Profundo foi seu sono. Acordado, viu a sentada ao seu lado, ela o encarava preocupada. Suas mãos coladas, e ele sussurrou que a amava. Ela sorriu e correspondeu com suas lágrimas, um beijo doce lhe deu, e juntos viveram o outro lado da estrada.

P.S

Nenhum comentário:

Postar um comentário