Não admiti na frente de minha imagem puritana
Tão retorcida no espelho da minha alma.
Pela inveja que sonda as veias
Tão entupidas dessa áurea.
Minha língua chega a arder.
É o libido de possuir esse seu corpo.
Mas prefiro atrás das cortinas me esconder.
Evitar ser um tipo de perigo.
Seria mais fácil para mim e para você.
Que tudo não passasse de devaneios tolos.
Prefiro não acordar do que encarar essa realidade.
Preciso me desassociar dessas grades.
Eu deveria viver meus desejos.
Mas sigo seu cheiro e vou até onde precisares.
Faço-me de inocente para não transbordar de luxúria.
Uma hora sentirás que não posso ser pura.
Não temo as bocas malditas.
Temo mesmo seus olhos desaprovadores.
Sempre fui recatada e tímida.
Mas você e seu corpo só torturam meus instintos.
Agora vejo nós dois na cama.
O lugar é de menos, pode acreditar.
Que droga de vida é essa?
Se não posso nem contigo falar!
Sofro imensamente por não sermos reais.
Uma tola e descrente em amor.
Essa com certeza é minha definição
Vivo subjugada pelos meus desejos carnais.
Iludida por não entender essa platônica paixão.
Amanda F.
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