Ela

 Uma mulher independente de versos, rimas, métricas.
 Sua essência está nos detalhes e nas expressões.
 Sua sabedoria nos transporta como bobos
 Em seu mundo fantástico e único.
 Não por nos querer fazer
 Mas por tentar conduzir-nos; nós não sabemos onde vamos parar.
 Os olhos brilham com cada tesouro dos versos complexos de Faustino.
 E ela - só ela - entende o que o jovem poeta e crítico sente.
 Sente o lirismo, a dor, tristeza, ânsia, e frustração dos textos literários.
 Sente e degusta a sinestesia do simbolismo sugestivo.
 Trasmite o seu sentimento puro e juvenil
 De uma moça que acabou de ser beijada.
 Ela lê uma poesia, como se fosse a primeira vez.
 Ela vive e nos passa seu êxtase em cada mundo que fantasia.
 As histórias são assim verdadeiras; ela nos faz crêr.
 Eu acredito que os poemas são vivos.
 Eles respiram e aliviam as dores e derramam as alegrias.
 Basta expressar em palavras o que se sente.
 Ela me ensinou que o bom da vida é acreditar que podemos mais.
 Que não devemos ser galinhas; aceitar migalhas.
 Que nascemos gaviões, e precisamos aprender a voar.
 Voar o mais alto possível.
 Surpreender-nos, e fazer o impossível para alcançar o que se deseja.
 Na literatura ela me fez enxergar que eu consigo me exceder.
 Que Camões, Gonçalves, Gregório, Bocage, Olavo, Cruz e Souza,
 Machado, Fernando, Mário. São meus amigos.
 Meus poetas; meus espelhos.
 Obrigada Maura Ataíde, por ser Aquela que mostrou-me
 Um rumo mais lindo.
 A literatura é vida.
 Ontem letras vagas, hoje pequenos versos; sou assim.
 Ela, só ela consegue me levar pro paraíso, que é os livros.

Amanda F.