sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Serpente de Cabelos

 A tua trança negra e desmanchada
 Por sobre o corpo nu, inteiriço,
 Claro, radiante de esplendor e viço,
 Ah! lembra a noite de astros apagada.

 Luxúria deslumbrante e aveludada
 Através desse mármore maciço
 Da carne, o meu olhar nela espreguiço
 Felinamente, nessa trança ondeada.

 E fico absorto, num torpor de coma
 Na sensação narcótica do aroma,
 Dentre a vertigem túrbida dos zelos.

 És a origem do Mal, és a nervosa
 Serpente tentadora e tenebrosa,
 Tenebrosa serpente de cabelos!...


CRUZ E SOUZA

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