terça-feira, 29 de setembro de 2020

Mais uma quando se têm decepção

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Em noites como essa, prefiro me calar. Sou adepta da boa e velha reflexão. Sou mais ficar na minha. Pensando em tudo e em nada. Refletindo sobre o que aconteceu e o que está por vir. Me considero extrovertida na maioria das vezes, mas depois disso pode me considerar introvertida. Me sinto completamente outra. No reflexo enxergo alguém que foi traída. Enganada. Então, calo meu eu e abro espaço pra uma nova versão de mim. Achem boa ou ruim. Não permaneço mais a mesma de antes. É inevitável. Um turbilhão de sentimentos e pensamentos me invadem. É natural após o choque. Ninguém consegue olhar duas vezes pro mesmo lado depois de cair. Ou ser derrubada. Fico por um tris. Me sinto pequena, invisível e passada pra trás. O meu sorriso não é meu. A minha risada não é mais minha. Eu por inteira me sabotei. Estou sozinha dentro de mim e das minhas escolhas. A vida me abre um leque e preciso ter coragem de escolher e lidar com as consequências dos meus atos. Talvez simples, mas no fundo nem tanto. Esse momento é todo meu. É um lugar que não gosto de estar, mas às vezes preciso ficar. Em momentos assim, pego minha cara do chão e meu coração despedaçado e me encolho pra pensar na melhor forma de lidar com essa mais nova decepção. Antes de explodir e estragar tudo. Antes de jogar pro alto toda teoria bonita e reagir da forma mais primitiva e irracional do mundo.


A.F.


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