Estou despida do meu passado. Daquele que vesti diversas vezes. Dessa vez não. Resolvi mudar o look. Estou sem nada. Fico melhor assim. Sem a remenda antiga ou o traje sujo. Melhor minha pele límpida. Tal qual minha consciência. Fiz o que pude, dei o que tinha e parei quando não obtive retorno. Não me impressionei com as marcas e os contornos. Me interessa hoje o conteúdo e não o pano. Quero algo que caiba perfeitamente no meu coração. No tamanho exato do meu querer. Quero vestir algo que me sirva, e que eu também sirva para ele. Que sejamos trajes novos, não mais retalhos. Que me sirva o dele, e que nele eu vire um belo agasalho. E em todas as estações tenhamos tecido e tempo de tecer. O amor é uma roupa confortável capaz de renovar-se e ajustar-se ao inteiror do querer.
A.F.