terça-feira, 9 de outubro de 2018
Mar
Afrouxei o nó que nos ligava.
Peguei as pontas e puxei.
Estou mais leve, mais solta.
Estou até admirando outros mares.
O mesmo mar que me banhei.
Aquele onde batizei nosso amor.
Tinha ondas turbulentas.
Me afoguei.
Agora aprendi a nadar.
E nada é como um dia foi.
Eu voltei.
Voltei para a maré branda.
Molho os pés, enquanto admiro o horizonte.
O sol laranja.
Os pássaros que pousam perto de mim.
Estou mais solta e pronta.
Pronta para desfrutar das ondas.
Ondas essas que chegam devagar.
E lentamente lambem minha perna,
Fazem de mim o próprio mar.
É bom saber que estou de alma lavada.
Da água salgada que é amar.
Livre de nós, o nó que prendia
A beleza do que foi um dia
O azul de todo esse mar.
A.F.
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