Quero ser sincera dessa vez. Das outras vezes fingi muita coisa. Estou exausta. Sinto pena de mim, das minhas mãos calejadas e do meu peito aberto por tanto tempo. E nada. Sinto que nada mudou. Porém quero ser diferente de antes. Não vamos contar aqueles outros problemas. Vamos focar somente nesse. Nós dois. O problema começou em nós. Terminou sem nós. Apenas eu aqui e você ai. Bem definidos. Separados. Assim que tudo termina, certo? Errado! Foram erros inacabados. Meus e seus. Nossos. Sinceramente, estava mais do que na hora. Todos já sabiam, menos a gente. É palpável a nossa indiferença. Nos separamos muito antes de se despedir. A dor ainda não passou, sabemos. Coisa normal onde um dia houve sentimento. Normal. Anormal seria sacrificar os dias, remoer agonias, forçar sorrisos e forjar fantasias. Ser somente por ser. Não ser por querer. Apenas assumir um papel. Não ser autêntico ao seu eu. Não era pra ter sido assim nem por um momento. Acabou sendo e a gente não percebeu. Mas passou. Ainda bem que passou. Tudo um dia passa, você repetia isso naqueles dias. Nos últimos dias da nossa vida. Da vida que aprendemos a amar e vamos agora esquecer. É melhor para os dois. Para as promessas que jamais se cumprirão. O amor mesmo forte se acaba, a dor talvez demore mais. Resolvi ser sincera, e estou sendo desde quando te conheci. Obrigada pela paz e pela guerra que travei em mim por ti. Pelas lágrimas e pelas levezas dos dias que me encheu feito água. Sinto que tudo tem um motivo, e o teu não era ficar para sempre comigo, apenas ficar, deixar ser e se permitir. Abrir mão e mesmo assim sorrir.
Freire A.
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