Gostava mais quando ainda não entendia a vida. Era tudo mais simples, easy, cômodo, sabe? A vida era só uma eterna lição de casa, não me preocupava com o resultado final. A verdade é que nunca desconfiei que esse final seria assim. Trágico. Pelo menos não tinha preocupação, e me apoiava nessa condição de insensatez e ignorância jovial. Mas não se é jovem para sempre, certo? Uma hora a gente cresce, e que dor! Dói demais ter que caminhar com as próprias pernas. Que sensação desconfortável ter que depender de nós mesmos para levantar, cair, levantar outra vez e aprender cada lição. Ser adulto é tão maçante. Oh se é!
A vida era tão mais azul quando não sabia como resolver os meus problemas, ignorar as vozes alheias e lidar com as despesas físicas, mentais e financeiras. A vida simplesmente tinha sua magia, quando ainda era uma menina, inocente, ingênua e desprovida de sabedoria. Não que agora seja sábia, tampouco dona de toda razão, mas é que agora é mais hard acreditar nas pessoas, ser otimista e esperançosa. Os problemas são diários, mas não os matemáticos, que antes reclamava, quem dera fosse só esses os problemas a serem solucionados. Hoje envolve o emocional, o mental, o operacional e tudo que faz de nós seres pensantes. Queria ser irracional, fingir que nunca vi algo semelhante, ou quem sabe que tudo não passa de uma eterna brincadeira. Mas cresci, e não teve outro jeito. E o jeito é aceitar que a vida é efêmera, nós nada mais do que pó diante dessa imensidão. Eternos seres mutáveis, reféns de situações que nos surpreendem, nos tornam cada vez mais experientes e racionais.
Talvez o que nos resta é imaginar como tudo deveria ser. Acreditar que no fundo existe mesmo uma criança incapaz de amadurecer. Ela gosta de sonhar, ela te faz sorrir ao lembrar de momentos passados. Essa criança que é eterna em cada ser humano, talvez ela queira nos alertar que nem tudo está de fato perdido. Que ainda existe uma chance de sentir a magia da vida, a beleza da simplicidade e a notória visão de que tudo pode passar, cair em nós, desabar, mas sempre nos resta a luz do amor em nosso coração que torna tudo muito mais bonito.
Freire. A.
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