quarta-feira, 18 de abril de 2018
Infortúnios
Teu toque arde ainda em mim.
Como se meu corpo só soubesse te reconhecer.
Tipo como antigos amantes
Dos livros que amo ler.
E quando se beijam,
O reencontro nos entorpece na expectativa.
Sentimos que o amor pode superar
O tempo, a distância, a própria ruína.
Assim que me sinto ao menor pensamento.
Mas assim como no livro,
Nada de fato é real.
Está tudo dentro de mim.
Frias e abrasadoras lembranças.
Que me são tão vivas.
Um tipo de prazer encontro nessa dor,
E provo do meu próprio veneno...
Não se pode matar o que não existe.
Mesmo que sejam desejos,
Infortúnios que me acalentam.
Vou vendo e vivendo nesse rebuliço
De amar o que não tenho, e
Recordar quem nunca me teve.
A.F.
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