quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Doentio

Na bolsa um pouco de tudo.
Sua mente virou um tobogã.
Escoa como água as coisas que viveu.
E como água transborda no rosto o que perdeu.

A famosa citação lhe ocorreu.
Lugar errado, pessoa errada, hora erada também.
Restos de sangue ainda em suas  mãos.
Restos de restos que tornou-se então.

Resolveu fugir, se esconder.
Por trás de sua angélica feição.
Da memória a eterna ilusão.
E o corpo estirado no chão.

Culpa o mundo, culpa o outro.
Culpa a todos, culpa o desespero.
E tudo vira um jogo de sete erros.

Sua última cartada foi a final.
Tirou a vida por uma coisa banal.
Arriscou-se, enfeitiçada pela vingança.
E hoje é condenada por seu eterno carma.

Não vale a pena, sussurrou a mente pequena.
No espelho outra figura que a reflete.
Um olhar sombrio a persegue.
Olhar doentio de alguém que não parece.


Amanda F.

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