sexta-feira, 10 de maio de 2013

Pretérito mais que imperfeito


Saudade da gente.
Do tempo que você era só um cara.
Seu cabelo bagunçado, adorava.
Você era só mais um cara.

Saudade daquele tédio.
Usava jeans desbotado, surrado.
Nos lábios um canudinho.
Era só um tédio, sem graça.

Saudade da insignificância.
Não queria nada, não teria nada.
Você passou cem vezes na minha frente.
Era só alguém, era pra ser assim...

Saudade de não amar você.
De não depender da sua felicidade.
Era só um cara despojado.
Usava um jeans e o cabelo bagunçado.

Era pra ser só isso.
Não podia me apaixonar.
Você planejou tudo.
Naquele dia no bar.

Você veio falar comigo.
Disse que curtia o mesmo som que eu.
Deu um de seus oito sorrisos.
E naquele momento me venceu.

Agora vivo de saudades.
Queria não ter que passar por você.
Não ter que te olhar cem vezes.
Admirando o que era meu.

Foi, acabou, já era, não existe mais.
Vivo do passado.
Nesse pretérito mais que imperfeito.
Você era perfeito, só não pra mim.


Amanda F.

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