Durante muito tempo ela acreditou que era ela a culpada de toda merda que acontecia. Ela sentia que quando amava as pessoas as esquecia. Era fácil pra ela superar mais um fim, afinal, todo dia era assim. E ela fazia de tudo pra melhorar, pra tentar ser diferente e ocultava sua essência pra ser alguém que não era. Só pra fazer alguém ficar. Só pra ter com quem contar. Ela não tinha ninguém. E no final, ela não tinha nem ela. E isso doía ainda mais. E ela não pedia muito só uma noite de sono e paz. Ela sorria mas por dentro chorava sangue. Aquilo que ela remoía não tinha nome. E a dor de se culpar por algo que não é sua culpa é imensurável. Ela não tinha referências. Ela só sabia sofrer e se machucar. Até que tudo passou. A tristeza. As lágrimas. A dor. Veio o silêncio. E até hoje ela nunca mais falou. Nem bem, nem mal. Ela apenas deixou de ser por culpa de tentar ser quem nunca foi.
A.F.
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