Passei esse sábado todo pensando naquelas palavras. As últimas palavras que sairam da nossa boca. Não consegui comer direito. O meu filme preferido passou na tv, mas eu não quis assistir. Não tive vontade de nada. Não consegui, simplesmente. Pensei em tanta coisa. Minha mente foi ocupada por tantos pensamentos diferentes. Acreditei nas malditas mentiras? Ou são verdades que precisavam sair? Tudo não passou de uma historia que eu mesma escrevi. Minha criatividade foi tanta assim? Menti para mim mesma e estou aqui deitada e pensando sozinha? Você nunca se importou então. Você saiu e calou meu peito. As palavras ecoam ainda aqui. Elas me ferem toda vez que recordo da cena. Seus olhos opacos e meu peito apertado. O barulho da chuva e o clima frio. Não, éramos nós. Tudo era gelado e a gente pensava estar aquecidos? Qual a temperatura certa pra definir o clima do amor? Abaixo de quantos zeros está essa relação? É bem óbvio, na verdade. Falar é mais difícil. Expor tudo e arrancar essas feridas ainda me afetam. O mundo nunca fez sentido pra mim, mas quando você apareceu me deu vontade de viajar ele todo. De mãos dadas e olhando cada pôr-do-sol. As palavras voltam com força e esse tipo de sentimento nostálgico se afasta e vou perdendo as forças. Sou tomada pela dor que corta mais do que sua língua. Estou sangrando você não vê? Estou partida ao meio e não me parece certo ficar aqui e te esperar. Aguardar que uma hora dessas você perceba e sinta minha falta. Não, eu sei que não sente. Algum dia você sentiu? Será que alguma vez você me amou? Essa dúvida me corrói por completo e meu peito arde à cada batida e o sangue seca e me deixa dormente. E no fim nunca houve um nós e só um vazio que eu tentei preencher com sua companhia física. O que é real, verdadeiro e palpável não nos ocorreu. As palavras me consomem e já não sou mais nada, além de alguém que chora encolhida no sofá da sala e espera o inverno da consciência própria, ignorada por simples ambição de ter alguém que nunca foi seu.
A.F.
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