As poesias sem métricas.
As rimas desengonçadas.
Uns versos rabiscados.
Eu era poeta.
Você a inspiração.
A melodia de toda minha música.
A canção por fim cessou.
E o silêncio veio e ficou.
É inverso aqui.
Paralelo da solidão.
O inverno que congela meu peito.
O inferno que me condenou.
Prisioneira sou.
Perpétua de ausências.
Do gosto bom do teu cheiro.
Da canela do seu beijo.
Das flores dos cachos seus.
E sou refém pra sempre.
Da agonia de não sermos um.
Da imensa dor de não ser tu, meu poema.
A.F.
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