Às vezes faz falta a companhia de alguém. O ombro que apoia os desejos mínimos. O aconchego mútuo. Os carinhos embaixo do edredom que aquecem os pés dos dois. Às vezes dá saudade ter pra quem correr no inverno da incerteza. E a cabeça que pensa junto e os olhos que se encontram sempre a cada olhar. A vontade que se renova a cada beijo e o tempo que não passa. Parece que ele congela o medo, a ausência, a limitação. E resta amor, leveza e a doçura das canções que tocam toda vez que os caminhos se cruzam. Só às vezes fica doendo não ter com quem dividir a cama e brigar pelo maior pedaço da pizza. Mas depois passa, e você lembra que pode comer tudo e beber tudo e chorar tudo e viver tudo, sem ninguém por quem sofrer. O amor amarga. O amargor te faz esquecer o sabor de amar. E somente às vezes, quando chove, você pensa de novo que sente falta de alguém pra contar seu dia e se pega planejando coisas que está longe de realizar.
A.F.
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