terça-feira, 25 de setembro de 2018

Ainda menina


Não deu tempo de falar aquilo que queria. As palavras ficaram presas em mim. Logo eu, tão poeta, mas tão menina. Ainda não sou mulher. Pensei que sabia das coisas. Não sei de nada. Admito agora, melhor do que tarde demais. Antes cedo, do que me afundar na minha insignificância. Sou assim. Sempre fui. Falei demais, mas não disse nada. Havia te perdido assim. Perdido pra mim. O perdi por minhas fragilidades. Tive medo de perder o que nunca tive. Sempre me contive. Insistentemente. Perdida nas minhas insanidades. Insensatez de menina que sou. Menina que ainda continuo sendo. Não mulher. Ainda não. Imatura, inconsequente, volátil e imprudente. Sou dona das minhas palavras, mas não dona das mentiras que ouviu. Independente. Apenas pendente das verdades que omiti. Engoli o choro, o orgulho, a falácia e desfaleci diante de ti. Continuo parada, te olhando assim. Esperando uma nova oportunidade de dizer. Dizer que me arrependi logo depois de te ver indo embora. Que ainda estou aqui aguardando seu retorno. Seu volver. Sem palavras, porém cheia de cicatrizes e tentando um dia mulher ser.

A.F.

segunda-feira, 17 de setembro de 2018

Um soldado


Não será pela força.
Muito menos pelo ódio.
Nós vamos fazer a diferença
Na base da voz lúcida,
Da coragem exposta,
Da vontade de mudança.
A verdade está ao nosso favor.
Poucos ainda insistem em ignorar.
Poucos não aceitam o que veio para ficar.
Mas o tempo chegou.
E que venha os novos desafios!
Diante de tanta sujeira,
De tanta barbárie,
De tanto falso comprometimento.
Nós cansamos de ideologias.
Farta de toda essa hipocrisia!
Se ainda existe esperança,
Ela veio através de um homem.
Outro Messias.
Jair é seu nome.
Não que ele tenha todas as respostas,
Mas é que ele não espera por perguntas.
Tudo está tão claro.
Um entre tantos que se realça.
E que Deus dê à seu filho Bolsonaro
A força, a fé e a capacidade que se destaca.
A coragem de assumir um país,
De vê-lo grande outra vez.
Não, ele não é um heroi.
É um soldado, um capitão.
Um homem que resolveu se arriscar.
Dando seu sangue por uma nação,
Que espera de novo ver o Brasil brilhar.

A.F.

domingo, 16 de setembro de 2018

Gratitudine


Meus olhos te viram.
Aquilo foi o início do meu fim.
Sabia até mesmo de longe.
Era você que eu tanto esperei.
Tantos poemas mal gastos.
Tantas lágrimas ao vento.
Tantos beijos sem gosto.
Tantos corpos sedentos.
Mas nada poderia me preparar
Para recebê-lo em minha vida.
Nada poderia se comparar
Ao seu sorriso em meus dias.
Ao doce desejo que me contagia.
As horas que passam sem ao menos sentir.
Ao teu lado tudo é intenso.
Posso finalmente sorrir.
Teus olhos são meus guias nessa estrada.
Nunca mais me sentirei perdida.
Diante das dificuldades me sinto amparada.
Seus braços me consolam, me cuidam.
Sinto-me privilegiada.
Não há mais nada além de nós.
O amor me ensinou a ser mais grata.
Teu carinho me aquece e tudo é recíproco.
Diante dessa imensa felicidade,
Resta apenas olhar pra cima e pedir
Com muita alegria e emoção:
''Que se faça a Tua vontade''.
Os céus abençoam a nossa união.

A.F.

sexta-feira, 14 de setembro de 2018

A culpa sempre foi minha


Estou afastada deles.
Das vozes que ainda ecoam.
Não os vejo  mas os sinto.
Tão vivos e torturantes.
Avassaladores.
Em fúria de me ferir.
Já não posso suportar.
Fui forte, mantive minha palavra.
É demais pra mim.
Tentei esquecê-los.
Mesmo sob os olhares.
A culpa me corroendo.
Foram eles que fizeram isso.
Me tornaram o que eu mais temia.
A mentira.
A farsa.
A falsa.
Aquela que acha que sabe,
Mas não sabe de nada.
Continuo ouvindo as frases.
Estão na minha mente.
Tão vivas e me matam.
Morro só de pensar que fiz parte.
Fui cúmplice desse erro.
De toda essa sujeira.
Que apesar de saber, ainda estou aqui.
Enterrada nas minhas ilusões.
Buscando um culpado.
Mas é no reflexo da minha feição de mulher,
Ferida, amarga, prepotente.
É diante de mim que admito,
Sou eu a errada.
A culpa sempre foi minha.
Melhor aceitar a dor da verdade,
Do que morrer por dentro das mentiras.

A.F.

domingo, 2 de setembro de 2018

Carta para ela


Hoje só o que posso dizer é obrigado. É, você não vai ler isso daqui. Talvez nunca lerá. Mas não escrevo por isso. Escrevo por mim. Pelas coisas que aprendi ao seu lado. Pelas horas que olhei em seus olhos e achei um motivo para sorrir. Pelos diversos beijos que demos. Pelas risadas que provoquei em você. Pelas milhares de vezes que só queria te ver dormindo. Admirar sua beleza. Seu jeito de andar com pressa. A sua forma de dizer que me amava, mas que queria me bater bem forte. Seu cabelo ao vento. Suas sardas mais fortes no sol. Agradeço por poder compartilhar momentos únicos. Pelas brigas onde aprendemos. Pelas lágrimas que nos fizeram crescer. Um homem só pode ser grato por amar tanto assim. Por ser correspondido. Pelos sentimentos que me fez despertar. Mesmo que não se lembre daquela tarde na praça, do sabor do sorvete na sua boca, da cor da roupa que você usava. Eu lembro de tudo. Recordo de cada detalhe daquele dia. A hora que combinamos, e o sol se pondo atrás de nós. Lembro de dizer que escreveria um livro sobre nós. Você me apoiava em cada nova ideia. Você me ajudava a ser melhor sem eu pedir. Você simplesmente ficava ali. Me trazia seu doce, seu calor, suas mãos nas minhas e selava tudo com beijo. Você era assim. E hoje não resta mais nada do que um dia conhecemos. Que fique somente em mim a memória. Sei que foi real. O livro não prometo mais, porém te garanto que essa carta é sobre o quanto sua presença mudou minha vida. O quanto amar curou e foi ferida. Mais cedo ouvi aquela música que você adorava. Suspirei ao saber que ela ainda continua bonita. Nenhum de nós estragou as canções de amor. Nenhum de nós está em dívida. Hoje o meu coração é grato por sua existência. Por todas as vezes que preferiu a mim do que outras coisas. Me escolhendo e me amando de um jeito particular. Agradeço e agradecerei pelo resto que tiver de suspiros. No último fôlego saberei que você foi o amor da minha vida. Não tinha como ser outra. Obrigado.
Ass: eu


Freire A.

sábado, 1 de setembro de 2018

Outro


Vou escrever enquanto em mim bater as singelas melodias que me despem e desmoronam. As minhas angústias e crises deixo para depois de amanhã. Melhor seria deleitar-se de momentos que podem valer um por cento das mentiras que me contam. As mentiras que são verdades para alguém. O alguém que não tenho aqui. Mesmo que digam que o ontem não existe mais, sei que no final tudo se torna passado. E passei minha vida toda esperando por mais de algo que nunca tive. Saudades das coisas que não vivi. Vontade de ser outro no lugar de mim.

Freire A.