segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015
Antipoético
Ela tinha um hálito insípido.
Uns trocados, algumas coisas banais.
O seu quarto era seu abrigo.
Ela observava o mundo lá fora.
Tudo era muito bonito.
Mas ela tinha medo.
E se trancava, se escondia.
Ouvia os ruídos do progresso.
Mas debaixo da coberta não saía.
Por isso não tinha ideia.
Não fazia ideia do que perdia.
Se mantinha presa em seu colchão.
E um dia, olhou e o viu.
Por um segundo pensou em sair.
Encorajada pelo calor que emanava de seu corpo.
Mas aquilo, depois de três dias, sumiu.
E ela o perdeu de vista.
Repousou no travesseiro.
E coçou o queixo.
Bocejou e sorriu.
Imaginando que por um tolo devaneio,
Deixaria seu mundo inteiro.
Encolheu os pés, e dormiu.
A.F.
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