segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Ao amor épico

Enquanto ainda persistir nos sonhos esse amor, viverei.
Antigamente não debruçaria meu orgulho e te olharia assim pequena.
Esconderia minhas garras e permaneceria apenas tentando te decifrar.
Tens um lindo jeito de morder os lábios.
Mas sua mente é pra mim um enigma.
Ás vezes quando dormes ponho-me a te assistir.
És tão bela quanto qualquer outra flor no amanhecer.
Foi por querê-la só pra mim que iniciamos esse sonho sem fim.
Passei por tudo e passaria por mais.
Só por acreditar que não há nada no mundo mais importante que você.
Fui do abismo ás trevas por esse amor.
Que inevitavelmente veio me corromper.
Uma fera assim não merecia sequer seus beijos.
Mas esse desejo é maior que nossas divergências.
Renasce a cada crepúsculo nosso destino de pra sempre estar.
Vivo e se é que vivo, mas tudo é só por te amar.
Não me importo com as dificuldades que muitas vezes nos castiga.
Eu prefiro morrer do que perdê-la nessa e em outras vidas.
Amor, algo que tentei desvendar lendo outras histórias.
Mas só agora percebo o quão tolo fui.
Você, lua amada das minhas noites solitárias.
Mostrou-me o que é amar.
Se hoje acredito em alguma salvação pra mim foi por sua culpa.
Não deixe que minhas fraquezas nos afaste.
Não acredite quando digo que não te amo.
Eu minto, tentando somente te proteger de mim.
Venha! Façamos nós uma história que o mundo aplaudirá de pé.
Somos capazes de inspirar a vida que tão morta nasce.
Desculpe se muitas vezes te subestimei.
Provastes á todos a grandeza de seu poder.
E hoje apenas será o início de tudo para nós.
Porque o amor é pra sempre.
Com você eu sei que nem mesmo a eternidade é suficiente.
Agora és minha vida, meu escudo, meu querer.
Vamos juntos até o fim e que o fim não chegue ao amanhecer.


Amanda F.

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Please!

Sinto-me como se pudesse mover todo o congestionamento de SP.
Há em mim um desejo enorme de gritar um "cala boca" bem sonoro.
Pegar as pedras e mirar no alvo.
Rabiscar os muros invisíveis da ignorância social.
Chutar o balde e derramar toda a baboseira que nos fazem engolir cotidianamente.
Mesmo que a grama seja verde, quase tão verde quanto a inveja.
Posso pegar minha ira e viajar mentalmente com ela.
Conhecer alguns lugares que não poderia antes pensar em frequentar.
Sei lá, abusar um mais da maldita sorte.
Arriscar e deixar a vida me ensinar através dos tombos e quedas perigosas.
Quando finalmente decidir eu respondo essas perguntas.
Por que passei da linha estabelecida faz tempo.
Não vou abaixar e consentir só porque querem isso de mim.
Vou deixar a alma falar e dar um gelo na razão.
Fazer o que quiser fazer.
Estar bem disposta para a felicidade.
Começando agora.

Amanda F.

Tempo perdido

Vou unir em um quarto as mentiras diárias, as roupas mal lavadas e litros de lágrimas.
E nessa decisão pré-formada sentirei-me inteira.
Não haverá passado, farei questão de queimar as últimas lembranças do peito amargurado.
Meus dias preguiçosos tomarão um rumo mais ativo.
Reunindo por conta própria todo tempo perdido.

Amanda F.

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Não se fazem amores como antigamente

Sentir-se feliz não é corriqueiro. Sentir-se completa é irreal. Nesse mundo onde muitos vão e não voltam é impossível encontrar o amor verdadeiro. Eu já ouvi um "eu te amo" e senti que poderia falecer. O que não sabia é que hoje em dia é tão comum, chega a ser clichê. Não se fazem amores como antigamente. Onde existia respeito com os sentimentos alheios. As moças recebiam flores e surpresas nas sacadas; os moços escalavam para beijar sua amada. Para onde foi o romantismo?! Perderam-se tantos poemas com o tempo, um senhor tão cruel e sábio que modifica a cada segundo um rumo, uma vida. É mais fácil vender sentimentos do que conquistá-los. É cômodo não lutar e esperar. Não digo que me arrependo, mas não digo que fui feliz. Precisa-se de amor! A salvação desse mundo que há muito tempo está tentando se encontrar.


Amanda F.

Dear



Poderíamos ter ido além do arco-íris.
Ainda falta muito tempo para o fim, dear.
Mas se olhar bem no fundo verá.
Eu ainda sinto o que sempre não permiti.
Minhas palavras sem nexos querem me conduzir.
E porque eu não deixo?
Sem você eu não seria essa canção de amor.
Não teria luz no luar parisiense.
O mundo realmente acabaria.
E porque ainda não acabou?
Venha até mim.
Conte como foi seu dia.
Faça-me enxergar além do seu corpo.
Eu sei que ainda temos muito.
Basta você compreender que sempre será eu.
Eu, sua saída de mestre.
Nós, uma aventura de amor.
A vida inteira pela frente.
Dear, não diga que acabou.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Síndrome de diva


Sou uma espécie em constante evolução.
Tipo raro nesses dias amenos.
Meu senso, minha ética inabalável.
Me entregam e condenam.
Sou vítima enquanto não estou por cima.
Sou vilã por ser tão cruel.
Vou sardonizando os meus diálogos.
Difícil mesmo é interpretar-me.
Uma excêntrica mulher.
 Mulher por si só.
Não necessariamente incompreensível,
Mas delicadamente perigosa.
No sentido mais profundo dos significados.
Uma letra de cantiga e prosa.
Não sei se você conseguiria suportar.
Todas minhas loucuras e ainda sorrir.
Mas sei que iria se viciar.
Pedir de joelhos meus beijos e não mais partir.
Estaria eu acima de todas as coisas.
Nesse seu mundo vulgar.
Precipitando meus movimentos.
Uma sombra no meu calcanhar.
Infelizmente hoje não é seu dia de sorte.
Meu coração por você até palpita.
Mas é paixão, e essa insanidade logo irá sanar.


Amanda F.

Quando não há valor

Quando eu parar de retornar não se surpreenda.
Eu ando meio vazio e cheio demais.
Não sei se ainda tenho suporte para essas desilusões.
Minhas expectativas cambaleiam.
Sabe, eu queria que você soubesse.
Mas você não quer nem tentar.
Novamente, não sei se posso aguentar.
Mas se as forças surgem do nada.
É do nada que elas se esvaem?
Na verdade eu vivo de mentira.
E o que mais me entristece.
É você saber e não me convencer a ficar.
Sinto-me sem real valor para seu peito.
É como se eu fosse um vela acessa,
E seus dedos só querem ir e rápido voltar.
Experimente passar mais tempo.
Não garanto que vou aliviar.
Mas juro que se baixar a guarda de novo.
O orgulho ferido vai cobrar respostas imediatas.
Caso não seja correspondido,
Sigo essa vida sem mais te procurar.


Amanada F.

domingo, 16 de dezembro de 2012

Nossa tradução


Tá, eu não cuido muito bem do meu coração.
Lá está ele aos prantos e isolado.
E cá estou te alertando novamente sobre isso.
Não queria que fosse assim.
Seria maravilhoso flertá-lo e só.
Não pedirias meu número e não saberia onde moro.
Seríamos desconhecidos que por segundos se amaram.
Não estaria remoendo uma dor latejante.
Não estaria me olhando como se tivesse vontade de ficar.
Não, você não quer ser outro.
Tão pouco quer que eu repita.
Você sempre soube que nunca daria muito certo.
Eu fui me alimentado de esperanças bonitas.
Esse ciclo, repulsivo ciclo de pesares contínuos.
É nossa tradução de amar e ser amado.
Pois foi na dor que encontramos o prazer.
O prazer de amar, chorar e tentar de novo.
Vai, eu deixo você fingir que consegue viver sem mim.
Só não diga que não te avisei sobre esse risco.
Esses olhos cinzentos não mentem.
Você só vive se for comigo.


Amanda F.

sábado, 8 de dezembro de 2012

Quando existe medo de sentir

Ela penteou o cabelo que insistia em brigar logo de manhã. Vestiu seu casaquinho de lã verde com bolinhas roxas e sentiu que podia fazer aquilo. Não pretendia magoá-lo, mas a condição era única e inevitavelmente tudo levaria a isso. Procurou o outro par de sua bota lilás e pegou umas notas amassadas de cinco reais. Olhou pela última vez o cara deitado na cama. Excitou-se relembrando da noite anterior, mas não se permitiu a repeti-la. Tudo um dia faria sentido, ela repetia em silêncio. Atravessou a cozinha e com passos largos focalizou a saída. A saída da vida de alguém; da vida que ela queria que fosse real. Não seria fácil desistir, mas ela já sabia que tudo tomaria jeito. Desceu as escadas com pressa, com medo de que ele acordasse e revivesse o que ela pensou em matar dentro de si. Ainda havia resquícios dele ali. Nos olhos algumas lágrimas presas, mas que fez questão de secar. Sua garganta ardia, porém ela tinha fé que era o mais sensato a se fazer. Desprovida dos desejos que a cegavam ela seria feliz. Lentamente ele acordaria sozinho e leria o pequeno papel em cima da cabeceira. Daria um sorriso despojado e bocejaria com hálito de hortelã. Depois de um banho quente procuraria o telefone e discaria para alguma ex namorada. Seu peito contorceu os sentimentos, que agora eram de puro pesar. Nada a deixaria mais satisfeita do que contribuir para a felicidade alheia. Ela já sabia que ele não a procuraria. A noite passada foi uma entre tantas que ele reviveu com uma de suas ex namoradas. Distraída tropeçou no meio fio. E quando ia de cara, cotovelo e alma no chão, aqueles braços firmes e macios a envolveram. Com ar de surpresa ela o observou. Não estava com os cabelos exarcados, ainda usava o jeans de ontem, sem camisa e com o hálito de hortelã. E ele balbuciou um "eu te amo" que imediatamente a fez acreditar que tudo era real. Não haveria medo, nem dúvidas sobre aquele sentimento que ele tinha por ela. Algo que era evidentemente recíproco. Ela partiu, sim! Mas seu coração havia ficado naquele apartamento. Especificamente naquele homem.


Amanda F. 

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Vai entender...

Sei que não sou a pessoa mais correta do mundo.
Também caio e empurro.
Sou irritante e muitas vezes incompreensível.
Até parece que você não sabe disso.
É estranho ter alguém pra onde correr.
Confiar cegamente em outrem.
Na maioria das vezes eu não me permito.
Infelizmente todo mortal tem uma fraqueza.
E meu calcanhar é você.
Posso parecer distante, vaga e quadrada.
Posso sorrir e meu semblante ocultara o meu interior.
Mas é você que saberá como estou.
Eu não consigo disfarçar.
Desvendas milhões de coisas que eu mesma desconheço.
No íntimo me retrata e me desdobra.
Sou furiosa por não conseguir me salvar de você.
Houve momentos, como no inicio, eu não o queria.
Diria não é com você e sou eu.
Mas é comigo e somos nós.
E somos daqueles bem fortes!
Dificilmente será flores.
É bem da gente querer morrer de amor.
Matar de paixão e bipolarizar o sentimento.
Pois de tarde eu já me rendo.
Tarde da noite quero desistir.
Oscilando entre o bem querer e o mal querer.
Vai entender!


Amanda F.