quarta-feira, 4 de julho de 2012

Conscientemente iludida

Estranha voz essa sua.
Nunca ouvi ela assim.
Um pouco cansada, um pouco fria.
Tudo pouco, demais pra mim.
Estranho olhar esse seu.
Nem sequer desviou para minhas pernas.
Já não és o mesmo que ontem.
Ocultando algo que sei que existe.
Você foi aos poucos me dando sinais.
No início eu tentei me enganar.
Encobri-los me pareceu algo melhor.
Apagá-los eu não consegui.
E agora você vem com uns olhares
Umas vozes sem vontades.
Tão perdido e exausto de mim.
Eu perdi esse jogo, eu sei.
Mas eu ainda gosto de você.
Não quero deixar esse conforto dos seus braços.
Preciso debruçar-me no peito seu.
Mas isso já não me pertence, você.
Vou permitir sua partida.
Não precisa se desculpar.
A culpa é toda minha.
Enganei você, o amor, a minha sensatez.
Tudo para não ferir meu orgulho.
Você que sempre foi condescendente comigo
Não merecia tudo isso.
Então vá meu amor, e não volte nunca mais.
Suportarei sozinha, e dessa vez estarei consciente disso.




Amanda F.

Nenhum comentário:

Postar um comentário