Ainda é cedo para dizer.
Meu peito tenta se controlar.
Os lábios macios que me tocam.
Meu coração ainda busca fôlego.
Do cheiro na minha roupa.
Os olhos que são oceanos.
Me afogam.
Me puxam.
Me notam.
Profundamente me descrevem.
E acaricia a pele morena.
Dá abrigo em um abraço.
Dá calor na cama.
Faz se perder e se encontrar.
Ainda é cedo pra confessar.
Admitir pra mim.
Pra ele.
Que sou refém.
Do jeito carinhoso.
Da voz cantando pra dormir.
Da risada que me faz cócegas.
Dos dedos que desenham em meu corpo.
De tudo que aconteceu.
Em tão pouco tempo.
Por isso, ainda é cedo.
Cedo demais pra falar.
Sobre qualquer coisa que juramos não despertar.
Desejo, paixão e vontade.
Prefiro assim.
Prefiro não rotular.
Que sejamos intensos.
Que o vento que te trouxe, demore.
Deixa estar.
A.F.