sexta-feira, 25 de outubro de 2019
SEM TI mento
Cansei de me desculpar.
Todo dia é a mesma coisa.
Não existe uma inverdade.
É o que estamos vendo.
As nuvens cinzas pairam.
A chuva ainda cai por sobre meu peito.
Ele ainda está sangrando.
Ainda está doendo.
Eu sinto muito e tudo.
Sou intensa até a raíz.
Essa sou eu.
Não vou pedir desculpas por ser assim.
Se ainda sinto, foi por ser real.
Pelo menos até onde me tocou.
O meu peito sangra ao pensar,
Que foi tudo mentira tua.
Não, isso é inimaginável.
Inenarrável para essa história tão nova e morta.
E mesmo que continue.
Isso não me impedirá de sorrir.
Ainda posso sobreviver.
Não é meu fim.
Eu sei disso tudo.
A teoria é linda e cheia de rosas amarelas.
A verdade é que acoberta a seda que me encobre.
A textura que minha pele quer sentir.
Agora arde e eu não posso fingir que não me afeta.
O coração sente o que quer sentir.
Sempre foi assim.
Eu não posso me culpar pra sempre.
E não irei pedir perdão para quem me atraiu pra essa lama fria e angustiante.
Eu ainda sei o limite do meu fim.
A.F.
quarta-feira, 16 de outubro de 2019
Mutuamente
Pisava leve.
Cautelosa.
Eu era assim.
Antes de você era eu.
Não mais prendo.
Solto e me exponho.
Atrevida me tornei.
Provocante é teu cheiro.
Provo do teu gosto.
É cicatriz profunda.
A marca que te identifica em mim.
E o beijo tem mais sabor.
O fogo não queima mais que nós.
Incediamos.
Derretemos nosso corpo mutuamente.
Não sei mais viver diferente.
Viciei em você.
Alucinada de prazer me deixou.
Se existir algo capaz de parar.
Leve-o daqui.
Não preciso disso.
Necessito do teu suor.
Embrigada de amor me deixou.
Não sou mais a mesma.
Nem sequer lembro da vida passada.
Meu coração resetou.
Ele só chama seu nome.
Só tem olhos para os seus olhos.
As cores que sua íris toma e me sufoca.
As dores que senti antes,
Não me importa.
Só quero você em mim
Até perdermos as malditas e infinitas horas.
A.F.
domingo, 13 de outubro de 2019
Outro nível
Usava a roupa mais confortável do mundo.
Uma calcinha e sua blusa larga preta.
No ar um cheiro de roupa lavada.
A música ecoava no quarto.
Dancei pra você me assistir.
Fiz meu show pra te apresentar meu corpo.
Realizei seus desejos e os meus.
Sussurei que te amava demais.
Meus olhos já me acusavam.
Ri da sua piada sem graça.
Você não era engraçado para ninguém, só para mim.
Só para mim que o enxergava diferente.
Seus assuntos eram sempre interessantes.
Seu coração era sempre gigante.
Seu cuidado me afetava.
Sempre fora insegura, mas você me segurava.
Me levava para outro nível.
Estava entregue.
Completamente apaixonada.
Era assim todo dia.
O dia todo te amando e me viciando no seu gosto.
Eu gostava de passar meu tempo contigo.
Era divertido.
Você, meu melhor amigo.
Meu cúmplice e parceiro.
Gastar as horas com você valia à pena.
Sempre valeu.
Era domingo, e eu o encarei sorrindo.
Meus olhos te disseram o que já sabia.
Um beijo quente te dei.
Fizemos nosso universo particular.
Nos prometemos um pra sempre.
Nos perdemos dentro de nós.
O amor nos encontrou.
Ele nos seduziu e estamos dopados.
Loucos e alucinados.
De amar a vida toda e ainda não ter bastado.
A.F.
quarta-feira, 9 de outubro de 2019
The voice
A doce e melancólica voz me assombrou.
Tentei contornar.
Fiz de conta que não ouvi.
A ignorei por completo.
Não funcionou.
Minha mente a ouvia sem pausa.
Berrando por atenção.
Me fazendo refém de sua histeria.
Ela ecoou pra dentro da alma.
Consumida, me entreguei.
Cedi lentamente.
Aos poucos me tornei outro alguém.
Não tinha permissão sobre mim.
Não mais sabia me controlar.
Fui me tornando aquilo que mais temia,
A mulher apaixonada.
Iludida.
Deixei meu orgulho de lado.
Me arrisquei.
Tantas lágrimas, tantos dias sem dormir.
Dramas diários.
Emagreci.
Pra no final de toda essa guerra,
Você vir com bandeira branca.
Pedir arrego.
Pedir pra eu não ir.
Que fora tudo uma loucura.
Que ainda me queria.
Que sabia que precisava mudar.
É mais outra mentira.
Uma armadilha para me vencer de novo.
Não, dessa vez não.
Não mais cairei nesse teu jogo.
A voz pode berrar.
Posso ficar surda de verdade, não ligo.
Prefiro não mais ouvir o coração chamar,
Do que sua voz rouca sussurando em meu ouvido.
A.F.
Tentei contornar.
Fiz de conta que não ouvi.
A ignorei por completo.
Não funcionou.
Minha mente a ouvia sem pausa.
Berrando por atenção.
Me fazendo refém de sua histeria.
Ela ecoou pra dentro da alma.
Consumida, me entreguei.
Cedi lentamente.
Aos poucos me tornei outro alguém.
Não tinha permissão sobre mim.
Não mais sabia me controlar.
Fui me tornando aquilo que mais temia,
A mulher apaixonada.
Iludida.
Deixei meu orgulho de lado.
Me arrisquei.
Tantas lágrimas, tantos dias sem dormir.
Dramas diários.
Emagreci.
Pra no final de toda essa guerra,
Você vir com bandeira branca.
Pedir arrego.
Pedir pra eu não ir.
Que fora tudo uma loucura.
Que ainda me queria.
Que sabia que precisava mudar.
É mais outra mentira.
Uma armadilha para me vencer de novo.
Não, dessa vez não.
Não mais cairei nesse teu jogo.
A voz pode berrar.
Posso ficar surda de verdade, não ligo.
Prefiro não mais ouvir o coração chamar,
Do que sua voz rouca sussurando em meu ouvido.
A.F.
Só minha
A única marca real.
A prova viva de que aconteceu.
Algo ali era, mas não é mais.
Um dia foi doce, hoje é amargor.
Só ela pode confessar.
Vem dela a ferida que não cicatriza.
Saudade, o nome.
Eu a tenho por anos.
Nem ele e nem ninguém saberá.
É meu.
Só minha.
A saudade que cresce e me desalinha.
A.F.
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