domingo, 13 de janeiro de 2019

A liberdade do amor


Se tens aquela pessoa ao lado, não force demais. Deixe-a livre para te amar sem limites. Respire essa liberdade oferecida e ame-a igualmente. Não aprisione o amor. Nunca. Não cometa os mesmos erros de outros amantes. Inocentes, acreditam que amar é ter para si e não soltar. Não, o amor é uma mão aberta que afaga e não afasta, mas também não prende e nada força. Seja sutil e gentilmente afague o seu amado. Diga à ela que tudo ao seu lado é pequeno, mas o sentimento é imenso, profundamente indescritível. Dêem as mãos. O mesmo amor que une, pode também distanciar. Depende de quem ama. Depende do quanto se cuida desse amor. Então, caso tenha alguém, não sufoque com excessos. No fundo, sempre foi uma questão de deixar ir e saber que vai voltar.

A.F.

sábado, 12 de janeiro de 2019

Ademais


Mesmo que eu me convença.
Ademais, não é o mesmo.
As vezes e o tempo da dor.
A frequência da batida.
O peito que arde na memória.
Antiga sensação que assola.
Mesmo que eu fuja.
Não consigo escapar de mim.
Minha saída não existe.
Ele levou a triste,
Realidade do meu fim.

A.F.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2019

A poesia me roubou



Poesia boa é rimada.
Aquela que toca.
Um remédio que cura a alma.
Poesia de verdade faz pensar.
Dá um nó ou afrouxa.
É suave ou faz sangrar.
Queria eu saber poetisar.
Escrever em mim um poema.
Emocionar.
Emitir nos versos uma bela canção.
A verdade é que não.
Não sou poesia.
É tudo uma grande farsa.
Não sei como me expressar.
Só queria gritar e que alguém me ouça.
Estou cansada.
Exausta de tudo.
Farta de tanto amar e não poder sentir.
A poesia me roubou a vida.
Levou minha lucidez.
Bandida.
Escapou e eu me perdi de vez.


A.F.

Novamente

Não sei como funciono.
Me perdi no meio de nós.
Provei tanto do mel,
Que o salgado é estranho.
Outro sabor não me agrada mais.
Esqueci da vida lá fora.
Passei tanto tempo aqui dentro,
Que a luz ofusca e assombra.
Quero reenxergar.
Me redescobrir.
Recomeçar.
Esqueci de como é lembrar de mim.
Lembrei quando te encontrei.
Não sei.
Definitivamente, não entendi.
Queria assim, pedi por isso.
Mas agora, me assusta seguir em frente.
Ironia do meu desatino.
Esse destino que insiste
Em te reencontrar novamente.


A.F

terça-feira, 1 de janeiro de 2019

Costas nuas


E pensar que o gole final foi meu.
O suspiro pairou no ar.
A última pétala ao chão.
E todas as vozes se calaram.
Foi um pequeno passo.
Grande o suficiente para o fim.
Não houveram aplausos.
Nem as vestes mais belas.
Simplesmente se findou.
Uma carícia final não o dei.
Nem sequer as palavras falaram.
Muda me virei.
Minhas costas nuas fitaram.
O fim outra vez.
Talvez, um começo de algo.
Ainda não saberia dizer.
Somente o registro do amargo.
Da boca macia que beijou um dia,
Hoje morde e blasfema o passado.


A.F.