As conversas horas a fio, e os dias eternizados?
Hoje está tudo tão inervado.
Um frio que transparece em emotions.
Os sentimentos em barras, em fotos atrás de curtidas.
O amor próprio nunca foi tão explorado.
Ah, as velhas manhãs ao lado de alguém.
Das flores colhidas para entregar-lhe.
Das poesias e dos filmes ao fim de mais um dia.
É tão mais fácil baixar, assistir enquanto mexem no celular.
Onde estão os amores para toda uma vida?
Atrás de pseudônimos, atrás de subnicks, atrás de status...
O mundo corrompeu o que restou do amor.
O amor está em crise, o dinheiro sempre vai existir.
O amor entrou em extinção.
E não restaram corações capazes de amar.
Tão mais simples entrar e conversar com alguém do outro lado.
Falta coragem de sair de casa, ir atrás de alguém.
Preferível ficar onde se está e lamentar.
Colocar uma carinah triste, e no fundo não se estar.
Chamar a atenção o quanto quiser.
E falecer sozinho, com um número na tela.
Das possíveis pessoas que te amam,
Mas ninguém ama, todo mundo finge.
E essa dor, está tão estampada, que todo mundo aceitou.
A anestesia corrompeu além do corpo,
E a alma hoje se cala e assiste essa miserável cena.
A falência múltiplas de órgão do amor.
A.F
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