A dor é invisível. Dentro desse emaranhado de emoções. Me sinto livre mas refém de mim mesma. Dos medos e desafios. Das vozes que dizem tanta coisa e ao mesmo tempo me calam e julgam. Você não pode fazer isso. Melhor fazer assim. Na minha época era assim e ninguém morreu. Mas eu morri. Ou pelo menos me sinto assim. E a vida vai seguindo seu fluxo. Tá todo mundo falando e vivendo o agora. Eu não saio do futuro. E se... E se... E isso me corrói. Ao mesmo tempo que desarma. Eu amo tanto que dói. A dor dilacerante que invade o medo de perder. Perder tempo. Perder a conexão. Me perder nesse momento. No caos da minha imensidão. Todos dizendo que é uma fase. Vai passar. Sim, vai. Mas enquanto isso, ela tá passando por cima de mim. E eu deixo. Faz parte se render. Me sinto estranha. Me desfazendo de mim e me encontrando em minha bebê.
A Z.